No âmbito do Consórcio Minho Inovação, em parceria com as Comunidades Intermunicipais (CIM) do Ave, Cávado e Alto Minho, Vila Nova de Famalicão acolhe as denominadas “Residências Gastronómicas”, entre 17 e 22 deste mês.
Durante seis dias, dez jovens chefs da região vão instalar-se numa casa de turismo rural, aprender novas receitas, privar com investigadores e produtores, conhecer produtos endógenos e cada região do território. No âmbito daquela iniciativa, dez jovens estudantes de gastronomia da região terão oportunidade, ao longo da próxima semana, de privar e aprender com três chefs de reconhecido trabalho e mérito pela contínua valorização do alimento e dos produtos endógenos, concretamente, o chef Álvaro Dinis Mendes (restaurante Cor de Tangerina, Guimarães), chef Liliana Duarte (restaurante Cor de Tangerina, Guimarães) e chef Renato Cunha (restaurante Ferrugem, Famalicão).
O programa das Residências Gastronómicas inicia com o acolhimento dos 10 jovens participantes na casa Ana Monteiro, um espaço de referência em turismo rural em Famalicão, que vai ser a casa destes jovens durante cinco dias. Neste local, serão realizadas sessões de cinema, conversas, tertúlias, alguns cozinhados em conjunto e um périplo pelo território do Alto Minho, Cávado e Ave, sendo dedicado um dia a cada região para que os participantes possam conhecer produtores, investigadores e historiadores, com os quais vão poder absorver uma abordagem transdisciplinar sobre o produto e o alimento.
A iniciativa termina no Mercado, com uma sessão sobre galinhas autóctones, e o último dia fecha com uma refeição preparada em moldes tradicionais com alguns chefs convidados e com os alunos. Assim, as “Residências Gastronómicas” oferecem aos jovens participantes a oportunidade de ter almoços e jantares de degustação comentados pelos chefs experientes, masterclasses com investigadores da área da alimentação em locais de interesse histórico e gastronómico, bem como visitas a produtores de vinho e agricultores.
«Durante cinco dias, serão feitas visitas a todo o território do Minho, nomeadamente a Esposende, Viana do Castelo, Guimarães, entre outros. Este projeto é importante sobretudo para o futuro, para a sustentabilidade, para a relação de proximidade com os produtores, para potenciar os produtos endógenos. Esta é uma ideia nova que queremos continuar a promover para que haja uma mudança de comportamento e queremos fazê-lo de forma a que exista contacto direto com o meio gastronómico, desde o produto ao consumidor final, passando pelos produtores, comerciantes e confeccionadores», valorizou o representante da CIM do Ave, José Martins, na apresentação do evento.
Por seu turno, Liliana Duarte, uma das organizadoras do evento, aponta o «intuito de despertar um espírito crítico junto dos jovens que vão conhecer a realidade da terra até à mesa, ou seja, toda a cadeia alimentar que está envolvida nesta iniciativa. Queremos incutir-lhes um sentido crítico para que eles possam perceber qual é a sua linguagem de cozinha fora de portas, numa metodologia mais activa», ilustrou.
Na mesma sessão, o chef e professor Renato Cunha destacou que «vai ser uma semana intensa e imersiva», sendo que «a minha intenção é partilhar o meu conhecimento acerca dos produtos, técnicas e, acima de tudo, mostrar-lhes o que temos de autêntico no Minho. Claramente, queremos mostrar aos jovens a parte do Minho que não é tão visível e que muitas vezes se desconhece», concluiu.