A taxa Euribor desceu esta sexta-feira a três meses e subiu a seis e 12 meses face a quinta-feira. Esta é a quinta sessão consecutiva que as taxas sobem para novos máximos de mais de 14 anos, ao serem fixadas, respetivamente, em 3,212% e 3,572%.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu esta sexta-feira, ao ser fixada em 3,572%, mais 0,005 pontos, um novo máximo desde dezembro de 2008. Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%. Após ter disparado a 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,018% em dezembro para 3,338% em janeiro, mais 0,320 pontos.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo a 6 de junho, também avançou esta sexta-feira, para 3,212%, mais 0,020 pontos, um novo máximo desde dezembro de 2008. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022). A média da Euribor a seis meses subiu de 2,560% em dezembro para 2,864% em janeiro, mais 0,304 pontos.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que entrou a 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, desceu esta sexta-feira, ao ser fixada em 2,667%, menos 0,036 pontos, depois de ter subido até 2,703% na quinta-feira, um novo máximo desde janeiro de 2009. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho de 2022 (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 2,063% em dezembro para 2,354% em janeiro, ou seja, um acréscimo de 0,291 pontos.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia aumentar as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro. A tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro.
A 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base. Este foi o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de a 21 de julho o BCE ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e a 8 de setembro em 75 pontos base.
A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% a 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% a 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Autor: Redação/Lusa