A ordem de trabalhos da reunião – que terá lugar no MITpenha, um espaço para eventos na freguesia de Mesão Frio, em Guimarães (Braga) – tem no primeiro ponto precisamente a eleição do novo vice-presidente da Comissão Política Nacional, que tem de ser aprovado pelo Conselho Nacional, órgão máximo do partido entre congressos.A demissão de Manuel Castro Almeida foi conhecida em 07 de julho, com o Público a noticiar divergências e acusações de “centralismo” ao presidente do PSD, Rui Rio, na condução do partido. No Conselho Nacional de 30 de julho seguir-se-á a “aprovação das linhas gerais do programa eleitoral para as eleições legislativas”, que tem vindo a ser divulgado por áreas temáticas, sendo conhecidas até agora as propostas do PSD na área fiscal, para a área da saúde e de combate às alterações climáticas, bem como o quadro macroeconómico proposto pelo partido para a legislatura. O terceiro ponto será a votação da proposta da Comissão Política Nacional relativa à designação do candidato do PSD a primeiro-ministro e das listas de candidatos à Assembleia da República, tal como determinam os estatutos do partido.
A escolha dos cabeças de lista é prerrogativa do presidente do PSD, Rui Rio, já tendo sido divulgados mais de metade dos nomes pelos principais círculos.Quanto à restante composição das listas, os estatutos do PSD não definem qual a ‘quota’ de candidatos que a direção pode impor às estruturas regionais, e apenas determinam que compete às distritais “propor à Comissão Política Nacional candidaturas à Assembleia da República, ouvidas as Assembleias Distritais e as Secções”. No final de maio, a Comissão Política aprovou uma deliberação em que determinava que as propostas das distritais deveriam ser elaboradas “pela ordem alfabética dos nomes dos candidatos propostos, tendo de ter, necessariamente, um número superior a 40% de cada um dos géneros”. Na mesma ocasião, a direção de Rui Rio incluiu nos critérios para a escolha dos candidatos a deputados a “concordância com a orientação estratégica da Comissão Política Nacional e disponibilidade para cooperar de forma politicamente leal e solidária”. As reuniões entre as distritais e a direção nacional têm vindo a realizar-se desde a semana passada e só terminarão na próxima semana, com alguns casos em que será necessária uma segunda reunião.
Alguns nomes críticos da estratégia da atual direção constam das propostas das distritais apresentadas à direção – casos do ex-líder parlamentar Hugo Soares, da antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque ou de Miguel Pinto Luz, que já admitiu candidatar-se à liderança -, faltando saber se irão ou não constar das listas de candidatos a deputados do PSD.Outros, por diversas razões, já se autoexcluíram das listas, casos de Marco António Costa, Teresa Morais, Paula Teixeira da Cruz ou António Leitão Amaro. Oficialmente, já são conhecidos 13 cabeças de lista no PSD, dos quais 12 nunca ocuparam esta posição de ‘número um’, um é repetente (Carlos Peixoto), e apenas três são atualmente deputados (Carlos Peixoto, Cristóvão Norte e Margarida Balseiro Lopes).
Por Lisboa, será cabeça de lista a vereadora da Câmara de Cascais Filipa Roseta; pelo Porto o presidente do Conselho Nacional de Juventude, Hugo Carvalho; por Leiria, a deputada e líder da JSD Margarida Balseiro Lopes; por Aveiro, a investigadora universitária Ana Miguel Santos (que tinha sido candidata a eurodeputada no 8.º lugar na lista do PSD); por Braga, o vogal da Comissão Política Nacional e vereador em Guimarães André Coelho Lima; e por Coimbra, a advogada Mónica Quintela, porta-voz para a Justiça do Conselho Estratégico Nacional.Henrique Silvestre Ferreira, engenheiro agrónomo, vai ser o cabeça de lista do PSD por Beja; Cláudia André, geógrafa, professora e vogal da Comissão Política, por Castelo Branco; o vereador da Câmara de Setúbal Nuno Carvalho pelo seu distrito; e Isaura Morais, presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, por Santarém. Os deputados Carlos Peixoto e Cristóvão Norte foram os últimos nomes confirmados pelos próprios pelos círculos da Guarda e Faro, respetivamente. Também os Açores já aprovaram o cabeça de lista pela Região Autónoma: o engenheiro eletrotécnico Paulo Moniz, natural da ilha de São Miguel.
Autor: Redação / NC