twitter

Pressão sobre serviços de saúde baixa para menos de metade no desconfinamento

Pressão sobre serviços de saúde baixa para menos de metade no desconfinamento
Fotografia

Publicado em 23 de setembro de 2021, às 10:57

Os números de ontem indicam que estão internadas 426 pessoas, o que representa uma redução de 53%, e que 78 estão em unidades de cuidados intensivos, uma diminuição de 61%.

Portugal continental tem hoje menos de metade do número de pessoas internadas e em cuidados intensivos por covid-19 do que em 01 de agosto, quando se iniciou o plano de desconfinamento, que deverá entrar na terceira e última fase. Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), em 1 de agosto, estavam internados em enfermaria 923 doentes devido à infeção pelo vírus SARS-CoV-2 e 200 necessitavam de cuidados intensivos. Os números de quarta-feira indicam que estão internadas 426 pessoas, o que representa uma redução de 53%, e que 78 estão em unidades de cuidados intensivos, uma diminuição de 61%. Estes 78 doentes que estão em cuidados intensivos representam cerca de 30% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas nestas unidades de medicina intensiva. Acompanhando o ritmo de vacinação contra a covid-19, o plano de alívio de restrições entrou em vigor a 01 de agosto, ao que se seguiu a segunda fase a 23 do mesmo mês, estando prevista a última e terceira etapa para quando 85% da população estiver totalmente vacinada, uma meta que pode ser atingida já nos próximos dias. Desde o início deste desconfinamento, o número de pessoas que completaram a vacinação passou de 5,8 milhões para mais de 8,5 milhões, uma evolução de 57% para 83%, que os especialistas consideram ter sido decisiva para a redução que se verifica na pressão sobre os serviços de saúde. Desde 01 de agosto, registaram-se 564 óbitos, uma média de 10,6 mortes por dia, com as autoridades de saúde a avançarem que a mortalidade específica por covid-19 tem sido inferior ao limiar de 20 óbitos a 14 dias, por um milhão de habitantes, definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças. A evolução da pandemia também se tem feito sentir na tendência decrescente do número de novos casos, tendo-se registado, entre 01 de agosto e hoje, um total de 93.054 novas infeções, com Portugal a ultrapassar, em 13 de setembro, um milhão de recuperados desde o início da pandemia. Esta redução gradual do número de infeções diárias é traduzida na taxa de incidência de novos casos por 100 mil habitantes e no índice de transmissibilidade do vírus (Rt), os dois indicadores que compõem a matriz de risco da evolução da covid-19 no país. Se em 01 de agosto, a incidência de novas infeções estava nos 439,3 e o Rt registava um valor muito próximo do limiar de 1, os dados desta quarta-feira indicam que estes indicadores baixaram para 140,1 e 0,81 no território continental. A tendência decrescente da incidência e do Rt faz com que Portugal seja o décimo país da União Europeia com menos novos casos diários (90) de infeção por SARS-CoV-2 por milhão de habitantes na última semana, segundo o ‘site’ estatístico Our World in Data. O plano de desconfinamento entrou em vigor com a variante Delta, associada à Índia e considerada mais transmissível, a ser quase a única em circulação no país, passando a ser a responsável por 100% das infeções registadas em todas as regiões nas últimas semanas. A análise dos diferentes indicadores aponta que Portugal continental poderá avançar para a terceira e última fase de alívio das restrições com uma situação pandémica ainda de moderada intensidade, mas com tendência decrescente no número de infeções, na pressão sobre os serviços de saúde e na mortalidade associada à covid-19.
Autor: Redação/Lusa