Além das mulheres – que representam a grande maioria das vítimas, são inúmeras as situações de risco que envolvem filhos menores.
O Presidente da República (PR), Marcelo Rebelo de Sousa, pediu a mobilização da sociedade, no combate a um fenómeno que salta a cada dia para as páginas dos jornais e no qual a intervenção das autoridades e instituições é muitas vezes tardia.
“Portugal tem acordado com tristes notícias sobre o brutal aumento da violência doméstica, do qual já resultaram 12 mortes trágicas”, escreveu o Presidente, a 22 de fevereiro, na página oficial da Presidência, por ocasião do Dia Europeu das Vítimas de Crime.
Hoje, reúne-se pela primeira vez, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, a equipa técnica que vai apresentar, dentro de três meses, propostas concretas em matéria de violência doméstica.
Mas para a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, este é também um combate que deve mobilizar toda a sociedade civil, contra a banalização e a indiferença, perante um problema que o PR classificou já como “um flagelo”.
Entre as várias iniciativas previstas para o Dia da Mulher está uma greve feminista convocada pela Rede 8 de Março. O manifesto que apresentou no mês passado marca uma posição contra as desigualdades, seja no salário ou no trabalho doméstico.
Núcleos grevistas foram constituídos em vários pontos do país, com o desafio de cumprir uma greve ao trabalho assalariado, e doméstico, à prestação de cuidados, mas também ao consumo de bens e serviços. Está ainda prevista uma greve estudantil.
Para sábado está prevista uma marcha em Lisboa, sob o lema "Nós Por Elas", e uma manifestação organizada pelo Movimento Democrático de Mulheres (MDM).
As associações que trabalham no apoio às vítimas pedem mais ação da justiça e aplicação da lei existente. A palavra de ordem é “Basta”.
Autor: Lusa