“As primeiras entregas de vacinas contra a varíola dos macacos chegaram a Portugal para proteger os cidadãos portugueses e responder ao surto de Monkeypox”, adianta a comissária. A remessa portuguesa chegou uma semana após a entrega das doses da vacina à Espanha, o primeiro Estado-membro a receber as vacinas, e duas semanas após a compra de um total de 109 090 doses da vacina de terceira geração à farmacêutica Bavarian Nordic pela Comissão Europeia. A partir de agora, sublinha Stella Kyriakides, o objetivo é continuar e intensificar este trabalho, "à medida que nos encaminhamos para outro período de outono e inverno, com a pandemia da Covid-19 por perto".
De acordo com os dados mais recentes da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgados na passada quinta-feira, os casos de Monkeypox em Portugal ultrapassaram os 400. Segundo a autoridade de saúde, todas as infeções confirmadas são em homens entre os 19 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos, que se mantêm em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis. A maioria dos casos foram também identificados na região de Lisboa e Vale do Tejo, "mas já existem casos nas restantes regiões do continente (Norte, Centro, Alentejo e Algarve) e na Região Autónoma da Madeira", alerta a DGS.
Na sexta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que o número de infeções pelo vírus Monkeypox triplicou nas últimas duas semanas na Europa, tendo já sido confirmados em laboratório mais de 4 500 casos em 31 países e territórios. “A região europeia da OMS representa quase 90% de todos os casos confirmados globalmente em laboratório e reportados desde meados de maio”, alerta o diretor da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
De relembrar que os sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço e aumento dos gânglios linfáticos, com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas. As lesões cutâneas geralmente começam entre um a três dias após o início da febre e podem ser planas ou ligeiramente elevadas, com líquido claro ou amarelado, e acabam por ulcerar e formar crostas que mais tarde secam e caem. O número de lesões numa pessoa também pode variar, com tendência a aparecer na cara, mas podendo alastrar-se para o resto do corpo e mesmo atingir as palmas das mãos e plantas dos pés. Também podem ser encontradas na boca, órgãos genitais e olhos.Estes sinais e sintomas geralmente duram entre duas a quatro semanas e desaparecem por si só, sem tratamento. Uma pessoa que esteja doente deixa de estar infecciosa apenas após a cura completa e a queda de crostas das lesões dermatológicas, período que poderá, eventualmente, ultrapassar quatro semanas.
Autor: Redação/Lusa