O secretário-geral do PCP exortou esta sexta-feira o Governo a aumentar o salário mínimo para 850 euros em janeiro, em vez do aumento para 760 euros proposto pelo executivo e que “já foi comido” pela inflação.
“É um aumento do salário mínimo completamente insuficiente”, sustentou Paulo Raimundo, no início de uma manifestação da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), em Lisboa.
O Governo aprovou na quinta-feira, em reunião do Conselho de Ministros, o aumento do salário mínimo nacional (SMN) para os 760 euros em janeiro, mas o dirigente comunista advogou que o aumento “ainda não se concretizou” e “já foi comido” pela inflação.
A intenção do executivo socialista de chegar 900 euros em 2026 “vale de pouco”, na opinião de Paulo Raimundo, uma vez que os portugueses até lá vão continuar a perder poder de compra e os encargos vão ser cada vez maiores.
Na ótica do secretário-geral do PCP, o Governo de António Costa tem de dar aumentar o salário mínimo para 850 euros já no próximo mês, o que vai ser “um sinal importantíssimo para a elevação do conjunto de todos os salários”.
Os apoios, como o de 240 euros para famílias com rendimentos mais baixos aprovado também na quinta-feira, de pouco valem: “O resto são promessas, leva-as o vento.”
Paulo Raimundo juntou-se à manifestação da CGTP em Lisboa no cruzamento entre a Rua Garrett e a Calçada do Sacramento. Com uma pequena comitiva do partido, cumprimentou os manifestantes, vestidos a rigor com fatos de Pai Natal e cartazes onde era possível ler “António Costa é o Pai Natal dos ricos”.
Para o secretário-geral comunista, em funções há pouco mais de um mês, é fácil resumir aquilo que o partido reivindica e o que os portugueses estão a sentir: “Como se diz aqui, nesta manifestação, o 'custo de vida aumenta e o povo não aguenta'.”
Segundo o acordo assinado em concertação social, o salário mínimo vai evoluir para 760 euros em 2023, para 810 euros em 2024, para 855 euros em 2025 e para 900 euros em 2026.Autor: Agência Lusa/Redação