Em conferência de imprensa conjunta com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, para apresentação das alterações aos palcos previstos para a JMJ, D. Américo Aguiar sublinhou a importância “da presença dos jovens” no Parque Eduardo VII, quer pela vivência da cidade, quer porque seria complicado ter mais de um milhão de jovens durante uma semana apenas no Parque Tejo.
Neste contexto, a Fundação assume os custos deste palco, integrando-o no seu orçamento para 2023.
Sublinhando que a organização da jornada conta já com quase meio milhão de intenções de jovens de praticamente todos os países do mundo – “faltam 14 ou 15” -, D. Américo Aguiar afirmou que a organização tem “consciência do desafio” que tem entre mãos.
“Pedimos aos portugueses que confiem e, aos a quem puder pedir isto, que rezem. Nós somos capazes de fazer o melhor. Aqui junto à varanda onde foi proclamada a República quero dizer que vamos fazer a melhor JMJ de sempre”, afirmou o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023.
D. Américo Aguiar disse também que os últimos 15 dias “foram muitíssimo intensos”, mostrando-se grato “pelo escrutínio que foi feito e pelo que será feito até ao fim” da jornada.
Assegurando que a Igreja não tem “nenhuma queixa de ninguém, nem de nenhuma área (…), têm sido incansáveis em ajudar”, o bispo auxiliar de Lisboa aludiu indiretamente às críticas feitas aos valores inicialmente apontados para o altar-palco a erigir no Parque-Tejo (4,2 milhões de euros), afirmando que lhe “dói, como cidadão e como bispo”, que por vezes os organizadores sejam “vistos somos ladrões”.
“Este acontecimento será único. Estamos a aprender e queremos fazer bem. Os portugueses podem confiar”, disse o prelado, para quem a JMJ será “um acontecimento esmagador”, que fará com que “a cidade de Lisboa, durante uma semana, tenha um suplemento de 10% da população portuguesa”.
Na ocasião, o bispo garantiu que tudo será feito com “transparência”, admitindo, no entanto, que “há questões de segurança, que não se podem mostrar, não se podem revelar, do Papa e de todas as pessoas” que vão participar.
Quanto à diminuição da dimensão do altar-palco do Parque Tejo, para onde estava inicialmente prevista uma capacidade de 2.000 pessoas, reduzida na nova versão para 1.240, D. Américo Aguiar informou que as remanescentes ficarão no espaço em frente ao palco.
O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 fez ainda questão de realçar a dimensão do acontecimento, com todos os autocarros esperados de múltiplos países a poderem formar uma fila de Lisboa a Fátima, ou com os milhões de refeições que serão servidas aos peregrinos e para os quais estão destinados 30 milhões de euros, o que “são excelentes notícias para um setor que foi tão afetado com a covid”.
O bispo auxiliar de Lisboa garantiu ainda que o diálogo da Igreja com todas as restantes entidades envolvidas na preparação da JMJ é permanente.
Os custos da JMJ têm estado em destaque depois de ser conhecido que a construção do altar-palco do espaço do Parque Tejo (inicialmente com nove metros de altura e capacidade para 2.000 pessoas), a cargo do município da capital, fora adjudicada à Mota-Engil por 4,24 milhões de euros (mais IVA), somando-se a esse valor 1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura.
A JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
O Papa Francisco é esperado em Lisboa para participar na JMJ, tendo previstas várias celebrações, entre as quais a Via-Sacra, uma vigília e a missa final.
Autor: Agência Lusa