O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) disse esta quarta-feira que o setor registou um crescimento de 3,4% dos partos em 2022. O presidente da APHP, Óscar Gaspar, falava numa conferência de imprensa, em Lisboa, na qual fez um balanço da atividade dos hospitais privados em 2022.
Apesar de terem registado 13.197 partos em 2022, Óscar Gaspar indicou que “o número de nascimentos não tem crescido de forma significativa”, mas “felizmente cresceu um bocadinho” no último ano. “Nós estamos a crescer em número de partos desde 2019. Demos um salto significativo em 2020 – de mais 10% [face ao período homólogo], com a covid”, realçou, acrescentando que se deveu à “presença de um acompanhante ou de uma acompanhante aquando do parto”.
O presidente da APHP lamentou o facto de não possuir dados sobre as cesarianas realizadas, dizendo que a associação não tem feito essa pergunta. “Os hospitais respondem, de acordo com uma grelha. Nós não fizemos essa pergunta sobre a taxa das cesarianas, nem este ano, nem em anos anteriores. Podemos fazer nos próximos, tendo em conta que há interesse”, sublinhou.
Relativamente às maternidades, explicou que “os hospitais privados e as maternidades privadas são mesmo as únicas licenciadas, porque há uma portaria que estabelece os termos aos quais a maternidade deve cumprir para poder ser licenciada pela entidade reguladora e essa portaria só se aplica aos hospitais privados”.
Óscar Gaspar lembrou os problemas evidenciados em 2022 no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com a falta de recursos humanos a obrigar ao funcionamento de maternidades em rotatividade, apontando para questões de cariz organizacional. “Nos últimos meses foram detetados uma série de problemas em alguns dos hospitais do SNS, em termos da especialidade obstetrícia, ginecologia e das maternidades. Aquilo que percebemos dos problemas do SNS é, desde logo, que há questões de organização, em relação às quais a direção executiva do SNS está a trabalhar e está implementar algumas medidas e está no sentido de os resolver. É também público que o SNS lançou um programa de investimentos”, acrescentou.
O ministro da Saúde disse esta quarta-feira que não está previsto encerrar maternidades. Algumas maternidades funcionam em regime de rotatividade por falta de recursos humanos desde o Natal e ano novo.
Autor: Redação/Lusa