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Funcionários Judiciais marcam greve contra política de "silêncio" do Governo

Funcionários Judiciais marcam greve contra política de "silêncio" do Governo
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Publicado em 03 de janeiro de 2023, às 18:38

O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais diz que, “tendo em conta que não se sabe se há ou não ministra da Justiça”, os trabalhadores não vêem outra alternativa para lutar pela resolução dos problemas de carreira.

O Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) vai realizar entre 15 de fevereiro e 15 de abril uma greve aos atos relacionados com audiências de julgamento e diligências de arguidos não privados da liberdade, anunciou hoje o SFJ.

O SFJ adianta em nota informativa que, na sequência da reunião plenária efetuada em finais de novembro, decidiu utilizar "formas de luta inovadoras" contra o "silêncio do Governo" e o protelamento da resolução dos problemas de carreira que afetam os funcionários judiciais.

O SFJ deliberou apresentar “aviso prévio de greve aos atos, designadamente greve às audiências de julgamento/diligências de arguidos não privados da liberdade, greve aos atos contabilísticos, greve aos registos estatísticos no “Citius” e greve à confirmação dos pagamentos aos advogados no âmbito do apoio judiciário a vigorar entre 15 de fevereiro a 15 de abril", precisa o SFJ.

Esta decisão foi tomada após uma reunião de diversas estruturas sindicais e de uma reunião entre os presidentes do SFJ e do Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ).

Na nota enviada à agência Lusa, o presidente do SFJ, António Marçal, refere que, “tendo em conta que não se sabe se há ou não ministra da Justiça, e face ao esquecimento a que os funcionários continuam votados, não resta outra alternativa que não seja o regresso, em força, ao protesto público e de denúncia das calamitosas opções do Governo na área da Justiça”.

Segundo o presidente do SFJ, o Governo tem "protelado a resolução dos problemas que acometem a carreira, nomeadamente a apresentação de um Estatuto profissional que corresponda àquilo por que se tem pugnado, e que é da maior justiça e da maior importância para o sistema judiciário português".

De acordo com o sindicalista, o projeto assegurado para o pós-férias judiciais "não aparece" e entendeu o SFJ que "chegou o momento de regressar à luta pelo Estatuto da carreira".

O SFJ menciona que compareceu numa reunião marcada no Ministério da Justiça, em 28 de novembro passado, com a finalidade de esclarecer em que situação se encontra o projeto de Estatuto, uma vez que desde o ofício de 29 de setembro "nunca mais se soube nada formalmente" sobre o assunto.

Na altura - lembrou o SFJ - a ministra da Justiça afirmou que o projeto de Estatuto já tinha sido remetido para os Ministérios de Mariana Vieira da Silva (Presidência) e de Fernando Medina (Finanças).

O sindicato revela também que - no seguimento do último aviso da Bolsa de Emprego Público (BEP) sobre ingresso de assistentes operacionais para exercerem funções nos tribunais, com a descrição de funções que no quadro estatutário pertencem aos oficiais de justiça - já interpôs a competente ação judicial, porque não é admissível que, antes da revisão estatutária, se substituam oficiais de justiça por assistentes operacionais.


Autor: Agência Lusa