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Enfermeiros em greve querem mais contratações para evitar rutura de serviços

Enfermeiros em greve querem mais contratações para evitar rutura de serviços
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Publicado em 28 de junho de 2018, às 10:48

Em causa está o regresso a partir de 1 de julho às 35 horas semanais de trabalho.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses marcou para hoje uma greve das 08h00 às 24h00 para pedir a contratação de mais enfermeiros para compensar a passagem do regime de 40 para 35 horas semanais a partir de 01 de julho.

A presidente do SEP, Guadalupe Simões, disse à agência Lusa que se não forem contratados mais enfermeiros, "pode ser posto em causa o regular funcionamento dos serviços", em que os enfermeiros já trabalham "sistematicamente mais 40 e 60 horas do que é o seu horário" para compensar a "carência estrutural de profissionais".

O SEP espera que a greve "seja mais uma vez uma demonstração clara que tem que haver uma inversão por parte do Ministério da Saúde e do Governo" porque "não há quem aguente isto por muito mais tempo".

A partir de 01 de julho, os enfermeiros com contrato individual de trabalho vão voltar às 35 horas semanais de trabalho em vez das 40 atuais, o que, segundo as contas do SEP implica que serão precisos "1.976 enfermeiros" para compensar a redução de horas destes profissionais para manter tudo a funcionar.

No entanto, a dias dessa mudança, continuam por confirmar as contratações pedidas pelas instituições, que deviam já estar asseguradas "para que a transição pudesse acontecer com o menor ruído possível".

Mesmo que se confirmem até ao fim da semana, "os profissionais vão começar a trabalhar sem períodos de integração" e "é uma incógnita o que se vai passar na próxima semana", alertou.

Com menos horas, vão faltar pessoas para assegurar todo o serviço.

Além desta questão, há uma falta de enfermeiros mais profunda, que tem a ver com "o desinvestimento e os cortes na área da saúde", com efeitos negativos nos salários e carreiras que levaram "muitos enfermeiros a sair do país".

Para os que ficaram, isso significou "mais pressão", com mais horas de trabalho e um aumento do absentismo.


Autor: Lusa