João Galamba falava no parlamento, no âmbito de uma proposta de lei sobre os critérios de aplicação e distribuição dos custos de regulação do setor postal.
"Por exemplo, os CTT vão - não sei se é uma novidade - deixar de vender raspadinhas", afirmou o governante, referindo que esta decisão vai ao encontro "da preocupação" dos deputados do Livre Rui Tavares e do Bloco de Esquerda (BE) Mariana Mortágua.
Portanto, "a gestão da atual administração dos CTT vai deixar de usar a rede dos CTT para vender raspadinhas e vai-se dedicar precisamente àquilo que o senhor deputado Rui Tavares disse que gostava que os CTT fizessem, que o Governo também gostaria que os CTT fizessem e a boa notícia é que a atual administração dos CTT tem a mesma visão", sublinhou João Galamba.
Durante o debate, Rui Tavares tinha questionado se "era compatível" com o serviço público prestado pelos CTT "o fomento de um vício que em Portugal", comparativamente aos congéneres, é bastante mais acentuado e mais grave e com impacto social regressivo sobre os mais pobres nas próprias estações de correio.
Por isso, o Livre apresentou uma proposta para acabar com as raspadinhas.
Ou seja, "um entendimento radicalmente diferente daquele que foi aqui identificado, e bem, pela senhora deputada Mariana Mortágua e valorizar exatamente esta capilaridade e a rede dos CTT, serviços de proximidade em articulação com as populações, com as câmaras municipais, com as empresas locais, para valorizar a capilaridade como uma rede de proximidade exatamente nos termos defendidos, e bem" por Rui Tavares, prosseguiu o ministro das Infraestruturas.
Na sua intervenção, João Galamba sublinhou que a "política da atual administração dos CTT é aquela que parece ir ao encontro dos anseios do Bloco de Esquerda e do PCP e já agora" de Rui Tavares, salientou, ou seja, um "olhar de forma completamente diferente da rede agências, que está presente em todos os 308 municípios, tem 569 lojas próprias e quase 1.800 postos de correios geridos" e que comercializam produtos e serviços dos CTT.
João Galamba admitiu que existem problemas, tal como os que foram identificados pelo deputado comunista Bruno Dias, e defendeu que é preciso "corrigir a questão dos atrasos, mas afastou qualquer cenário da reversão da privatização.
"Não me parece o mais correto (...) que uma mera reversão da privatização resolva automaticamente a questão", disse, sublinhando que "uma gestão diferente e uma regulação mais exigente e um cuidado da parte do Governo de orientar mais os CTT para o serviço público tem demonstrado que é possível".
Em vez de "nos fixarmos em opções ideológicas, nós fixamo-nos mesmo nos serviços prestados à população, na capilaridade da rede e de uma mudança de gestão e de uma filosofia dos CTT, parece-nos que isso é o mais importante, não fixações ideológicas, mas sim a resolução concreta dos problemas das populações e é isso que está em curso e isso deixa obviamente o Governo agradado", rematou.
Autor: Agência Lusa