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Alzheimer Portugal lança campanha para promover conhecimento sobre demências

Alzheimer Portugal lança campanha para promover conhecimento sobre demências
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Publicado em 19 de setembro de 2021, às 11:36

Estima-se que as demências afetem cerca de 200 mil portugueses.

A Alzheimer Portugal lançou uma campanha que convida os portugueses a partilharem experiências para memória futura, que visa promover um maior conhecimento sobre as demências, que se estima afetarem cerca de 200 mil portugueses, principalmente a doença de Alzheimer. “As demências não têm ainda cura, mas conhecem-se hoje vários fatores de risco que lhes estão associados e que podem ser minimizados se forem adotadas estratégias adequadas”, refere a Associação Alzheimer Portugal em comunicado. Para ajudar a população a conhecer os fatores de risco modificáveis e o que podem fazer para reduzir o risco de desenvolver demência, a associação lançou esta campanha, também para assinalar o Dia Mundial da Pessoa com a Doença de Alzheimer, comemorado em 21 de setembro. Segundo o neurologista e presidente da Comissão Científica da Alzheimer Portugal, Celso Pontes, a demência não faz parte do envelhecimento normal, podendo ser evitada ou pelo menos adiado o início dos sintomas ou a sua progressão ser de forma mais lenta, designadamente “em pessoas que fizeram mais estudos e que têm maior atividade intelectual”. Por isso mesmo, aconselha ser importante cuidar do cérebro, desde novos e ao longo da vida. “Conhecem-se hoje vários fatores de risco associados às demências que podem ser minimizados se forem adotadas estratégias adequadas, relacionadas com um estilo de vida saudável e com a estimulação intelectual e social”, acrescenta Catarina Alvarez, psicóloga e responsável pelas Relações Institucionais da associação. De acordo com Celso Pontes, o número exato de pessoas com demência em Portugal ainda é desconhecido, mas os dados existentes permitem estimar que existam “cerca de 205.000 casos de demência, sendo a doença de Alzheimer cerca de 60 a 70% destes” casos. “A incidência, para Portugal, seria de 19,9 por mil habitantes. Para uma população de dez milhões, daria cerca de 199.000, o que seria próximo do número estimado, e dá-nos uma ordem de grandeza do problema”, salienta o neurologista. Recentes projeções publicadas pela Alzheimer Europe apontam para que, em 2050, as demências afetem perto de 350.000 pessoas em Portugal. No país vizinho, segundo a Fundação Pascual Maragall, citada pela agência Efe, a Alzheimer é responsável por 75% das demências, um número que poderá duplicar em 2050 em Espanha se não forem encontrados tratamentos modificadores. A demência gera custos de 24.000 euros por doente em Espanha, o que é assumido por 87% das famílias dos doentes, diz a Fundação, que calcula em 21.000 milhões de euros o custo anual da doença. Catarina Alvarez defende a importância de aumentar a literacia dos portugueses sobre o tema e, ao mesmo tempo, levar a cabo iniciativas que contribuam para melhorar a saúde do cérebro e “contrariar as estimativas previstas referentes ao número de pessoas que desenvolverão demência nos próximos anos”. Apesar de se falar mais sobre o tema, Catarina Alvarez alerta para o estigma, que “ainda persiste, sendo que as falsas crenças, os estereótipos e as atitudes negativas em relação à doença contribuem para adiar o diagnóstico”. O que significa que, muitas vezes, “os primeiros sintomas podem ser desvalorizados junto dos familiares e amigos e não serem reportados numa consulta médica porque não se quer fazer parte de um grupo-alvo de exclusão e deixar de ser aceite. Além disso, o estigma gera outras consequências graves: evitação, isolamento, baixa autoestima, depressão, redução da independência e da qualidade de vida”, salienta Catarina Alvarez. “Apesar de a demência implicar vários desafios, o importante é criar condições que facilitem não só a ocupação e o lazer, como a efetiva participação social das pessoas com demência e defesa dos seus direitos”, defende ainda.
Autor: Redação/Lusa