O coordenador da ‘task-force’ do plano de vacinação contra a covid-19 antecipou hoje para final de julho ou início de agosto a cobertura de 70% da população com pelo menos a primeira dose da vacina.
“Em finais de julho/início de agosto há uma antecipação da primeira toma. Isto não contando com os 2,7 milhões de vacinas da Janssen [com limite de idade] pois se as aproveitássemos anteciparíamos mais”, afirmou Gouveia e Melo, hoje ouvido pelos deputados da Comissão Parlamentar de Saúde.
Sobre a capacidade dos centros de vacinação, o responsável disse que está estimada em 100.000 pessoas/dia, funcionando seis horas/dia, e explicou que as autoridades têm como recurso, para capacidade de vacinação, alargar o funcionamento destes locais até às 10 horas/dia.
Questionado a propósito da vacinação dos jovens com menos de 16 anos, Gouveia e Melo disse que está a ser ponderada e que “logo que houver soluções para este tipo de população elas serão adotadas”.
Vincando a diferença entre a proteção da população e a imunidade de grupo, o responsável disse que os dados ainda não são sólidos, mas que em Israel (o país mais avançado na vacinação da sua população) os dados indicam que, além de proteger os vacinados, a vacina também funciona como barreira na transmissão do vírus.
“A partir de 70% da população vacinada, se o vacinado não for transmissor, o vírus começa a desaparecer na comunidade”, afirmou Gouveia e Melo, sublinhando, contudo, que, apesar dos dados de Israel serem “boas notícias”, ainda “não há uma verdade cientificamente consagrada” sobre esta matéria.
Assim – continuou -, confirmando-se a imunidade de grupo, com a proteção da população acima dos 18 anos, “o vírus morre na comunidade”.
“Nós, os mais velhos, temos obrigação de proteger os mais novos, vacinando-nos. É a solidariedade intergeracional”, frisou.
A este número deve juntar-se as cerca de 802 mil pessoas (pelo menos uma parte) que foram infetados e já recuperaram da doença e, por isso, estão imunizados e, portanto, não foram ainda vacinados.
Portanto, em agosto, cerca de 80% da população estará "protegida".
Autor: Pedro Vieira da Silva / Lusa