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Montenegro defende que problemas no INEM não se resolvem com demissão de ministra

Montenegro defende que problemas no INEM não se resolvem com demissão de ministra
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 08 de novembro de 2024, às 17:46

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu hoje que os problemas no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) “não se resolvem” demitindo a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, referindo que isso se aplica a “todos os membros do Governo”.

“A consequência política, quando há problemas, é resolvê-los, essa é a consequência política. A consequência política não é, para ser direto a responder à sua pergunta, mudar pessoas para o problema continuar, é o contrário, é resolver o problema para que nós possamos continuar cada vez mais a prestar bom serviço”, salientou Luís Montenegro.

Falando aos jornalistas portugueses em Budapeste, no final de uma reunião informal do Conselho Europeu realizada na capital húngara devido à presidência rotativa do Conselho assumida pela Hungria este semestre, o primeiro-ministro reforçou a ideia: “Os ministros estão no Governo para resolver problemas, não é para se arrastarem e tentarem, no fundo, contornar os problemas para que, eventualmente, mudando os protagonistas, os problemas subsistam”.

Questionado sobre outras tutelas relativamente às quais existem críticas sobre governantes, nomeadamente a Administração Interna, Montenegro respondeu que estava a referir-se a “todas as áreas”.

“É exatamente por isso que eu nem sequer lhe estou a falar em concreto desse membro do Governo, estou a falar de todos os membros do Governo”, pois “todos somos confrontados diariamente com problemas que são grandes”, concluiu o chefe de Governo.

A ministra da Saúde tem estado nos últimos dias a ser alvo de críticas devido às falhas ou atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do INEM, que já terão levado à morte de pelo menos seis pessoas.

Hoje, Luís Montenegro disse ainda não ter tido conhecimento, anteriormente à sua publicação, do pré-aviso greve às horas extraordinárias desde 30 de outubro – entretanto suspensa – dos técnicos de emergência pré-hospitalar, rejeitando também que se tenha perdido tempo para desmobilizar o protesto.

“Não se andou a perder tempo. […] Não é uma questão de demorar tanto tempo [porque] nós estamos em diálogo permanente com todas as áreas e profissionais da administração pública, [mas] evidentemente que nós não podemos andar todos os dias atrás de pré-avisos à greve e a fazer reuniões de emergência”, referiu o primeiro-ministro, frisando que “a situação não foi descurada”.

A greve foi suspensa na quinta-feira, dia em que a ministra da Saúde convocou o sindicato representativo dos técnicos para uma reunião, a qual levou à assinatura de um protocolo negocial com a tutela.

Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.

O Ministério Público abriu um inquérito à morte de uma mulher no Hospital Garcia de Orta, em Almada, para onde foi transportada na segunda-feira pela PSP, após o INEM não responder ao pedido de socorro.

“Neste momento a minha obrigação é dar respostas, é isso que nós estamos a tentar fazer todos os dias. Foi isso que fizemos já em vários setores da administração pública, é verdade que não conseguimos resolver tudo e não conseguimos resolver tudo de forma rápida”, afirmou ainda Luís Montenegro em Budapeste.