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AMT defende revisão do contrato de concessão da CP

AMT defende revisão do contrato de concessão da CP
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 26 de junho de 2024, às 11:13

Segundo disse a presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes

A presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), Ana Paula Vitorino, defendeu hoje, no parlamento, a revisão do contrato de concessão da CP – Comboios de Portugal, para incluir mais exigência no serviço.

“A questão das multas da CP têm a ver com a necessidade que já foi detetada pela AMT de se rever o contrato de concessão, os contratos de concessão de gerações mais antigas não têm uma perspetiva de supervisão e controlo do serviço”, afirmou a presidente da autoridade, Ana Paula Vitorino, na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação.

A responsável respondia a questões do deputado do PS Ricardo Costa relativamente às multas aplicadas à CP, que ascendem a mais de meio milhão de euros, por falta de fiscalização, atrasos, entre outros motivos.

Para Ana Paula Vitorino, os contratos de concessão mais antigos, como o da CP, devem ser revistos para que se possa introduzir “mais exigência relativamente ao serviço público”.

Já questionada pelo deputado do PSD João Vale e Azevedo sobre os constrangimentos ao aumento da concorrência nos transportes de passageiros, a presidente da AMT lembrou que a partir de 2029, altura em que está prevista a conclusão do Plano Ferroviário Nacional (PFN), que prevê o aumento da rede, os operadores interessados estarão “em pé de igualdade com a CP”.

“Até lá, podem adaptar o seu pedido àquilo que existe de disponibilidade da rede”, apontou, referindo-se a um pedido por um operador à AMT que não teve parecer favorável, porque implicaria que os serviços que já existem “tivessem de desaparecer”, por falta de espaço-canal.

Já quanto à escassez de serviços Intercidades e Alfa Pendular na linha do norte, Ana Paula Vitorino realçou que aquela linha ferroviária está a funcionar acima da sua capacidade técnica.

Relativamente aos transportes rodoviários, o deputado do Chega Carlos Barbosa abordou o aumento das queixas contra condutores de transporte individual de passageiros em veículo descaracterizado (TVDE) e perguntou à AMT se pondera suspender as licenças para aquele efeito.

“Não, não ponderamos suspender as licenças. […] A maioria dos problemas não têm a ver com o condutor, têm a ver com os procedimentos para atribuição das licenças, incumprimentos e fenómenos curiosos nas escolas de condução, a morosidade na atribuição das licenças que dão origem a outras soluções com mais imaginação”, apontou a também antiga ministra do Mar.

Já questionada pelo deputado Paulo Núncio, do CDS-PP, sobre a posição da AMT relativamente ao fim das portagens nas ex-SCUT e nos troços “onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”, proposta pelo PS e aprovada no parlamento com os votos contra do PSD, CDS-PP e abstenção da IL, Ana Paula Vitorino disse que a autoridade que lidera manifestou-se contra a medida.

“Face aos objetivos nacionais, europeus e das Nações Unidas, nós devemos favorecer modos menos impactantes do ponto de vista social e ambiental”, defendeu a responsável.