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Ventura põe condições para Chega aprovar medidas de imigração do Governo

Ventura põe condições para Chega aprovar medidas de imigração do Governo
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 03 de junho de 2024, às 18:25

Líder do partido disse que só aprova o pacote se limitar a atriuição de apoios sociais

O presidente do Chega saudou hoje uma "aproximação" do Governo à posição do seu partido no que toca à imigração, mas avisou que só aprovará o pacote se limitar a atribuição de apoios sociais.

Em declarações aos jornalistas durante uma ação de campanha para as eleições europeias em Algueirão-Mem Martins, Sintra, distrito de Lisboa, André Ventura afirmou que o Governo "prepara-se para anunciar que ninguém entrará mais em Portugal sem um visto de trabalho" e considerou que esta é "uma grande vitória do Chega" que "peca por tardia".

"Se o Governo fez este caminho de aproximação à posição do Chega, eu acho que isso é de saudar", apontou.

O líder do Chega anunciou que o partido entregou na Assembleia da República três propostas, querendo limitar o número de pessoas que vivem em cada habitação, "agilizar o repatriamento" dos imigrantes que "queiram regressar voluntariamente ao seu país" e limitar o acesso a apoios sociais a quem está há pelo menos cinco anos em Portugal.

Indicando que esta última medida será "um ponto de discussão com o Governo bastante importante", André Ventura disse que o voto do Chega está condicionado à inclusão da proposta pelo Governo.

"Uma vez que o PS já disse que ia votar contra medidas como esta, a aprovação deste pacote do Governo no parlamento estará dependente de o Governo aceitar a nossa proposta de limitar a cinco anos de residência para obtenção de novos benefícios sociais", afirmou.

André Ventura disse também que deu instruções ao líder parlamentar do Chega para propor aos partidos que sustentam o Governo, PSD e CDS-PP, a constituição de "um grupo de trabalho permanente" para ser possível alcançar "em algum tempo um pacote completo e fechado, para aprovar no parlamento com maioria absoluta, de medidas de limitação da imigração".

O líder do Chega defendeu que se esta proposta relativa aos apoios for aceite, há "condições de, em poucos dias, ter um grande pacote anti-imigração em Portugal, um grande pacote de regulação da imigração, que pode até ser uma inspiração para a Europa, assim o Governo esteja disponível a encetar esse grupo de negociações".

No entanto, não disse o que o partido fará se o Governo não aceitar incluir esta medida, afirmando apenas que "se não acrescentar está a ser imprudente".

O líder do Chega defendeu que "não há nenhum risco de inconstitucionalidade" da medida e deu como exemplo a Alemanha, que "limitou os apoios sociais dos imigrantes" e "tem uma Constituição muito parecida" com a portuguesa.

"Foi inspiração da Constituição portuguesa e se lá é permitido cá também há de ser, a não ser que nós sejamos muito mais inteligentes que os outros", acrescentou.

Ventura reagia antes de o Governo apresentar o seu plano para as migrações, prevista para hoje à tarde, estando previstas regras mais apertadas, uma estratégia para atrair quadros qualificados e um tratamento diferenciado para os lusófonos.