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Pneumologistas dizem que medidas sobre tabaco aquecido são necessárias mas insuficientes

Pneumologistas dizem que medidas sobre tabaco aquecido são necessárias mas insuficientes
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 17 de janeiro de 2024, às 15:40

Defendem que devem ser acompanhadas de outras medidas para o impacto ser maior.

Pneumologistas consideraram esta quarta-feira que as novas normas de regulação dos produtos do tabaco aquecido são necessárias para travar o consumo crescente em Portugal. No entanto, defendem que devem ser acompanhadas de outras medidas para o impacto ser maior.

As novas normas sobre o tabaco aquecido, que fica equiparado aos cigarros convencionais, entraram em vigor na terça-feira, com mensagens chocantes nas embalagens e proibição de aromas, na sequência da publicação em Diário da República.

Numa nota enviada à Lusa, as coordenadoras da Comissão de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), Sofia Ravara e Raquel Rosa, dizem que as novas medidas são necessárias, mas para o impacto ser maior deverão ser acompanhadas de outras iniciativas como a “introdução de embalagens brancas sem cor ou ‘design’ de marca e aumento das dimensões das imagens”. Defende também “a proibição da promoção dos produtos e ‘marketing’ enganoso nos pontos de venda” e a fiscalização regular da lei de proibição da promoção, publicidade e patrocínio em eventos culturais, sociais e científicos, de acordo com a aplicação da Convenção-Quadro de Controlo de Tabagismo da OMS da qual Portugal é signatário.

O aumento significativo do preço dos produtos de tabaco à custa do aumento anual dos impostos acompanhando a inflação, campanhas de sensibilização da população explicando a toxicidade dos produtos de tabaco aquecido, a regulação eficaz do marketing nas redes sociais e media são outras medidas defendidas pela SPP.

As pneumologistas propõem igualmente “o fortalecimento da rede de consultas no Serviço Nacional de Saúde e de uma resposta integrada do sistema de saúde”, bem como incentivos à criação de programas de cessação tabágica na comunidade e linhas telefónicas para deixar de fumar, criando parcerias com o poder local e organizações privadas e sociais. Propõem ainda a comparticipação e preços acessíveis dos fármacos para a cessação tabágica e campanhas nos ‘media’ para encorajar a deixar de fumar, usando os serviços de saúde e programas especializados.

A Comissão salienta que “está provado que as embalagens de tabaco, quando combinam imagens e texto avisando sobre os riscos de saúde e indicando ajuda para deixar de fumar, não só previnem a experimentação dos jovens como encorajam e ajudam os fumadores a cessar de fumar”. Por outro lado, "os aromas e sabores tornam o aerossol do tabaco mais macio e agradável ao paladar e levam a uma inalação mais profunda, facilitando a experimentação e a transição para o uso regular e dificultando a cessação”, sendo por isso a sua proibição eficaz para prevenir a experimentação e o uso regular pelos adolescentes, que "são muito atraídos pelos aromas e sabores, além de ajudar os adultos fumadores a cessar o uso de tabaco”.