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FPF considerada entidade pública em parecer pedido por Augusto Santos Silva

FPF considerada entidade pública em parecer pedido por Augusto Santos Silva
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 11 de janeiro de 2024, às 16:59

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) foi hoje considerada entidade pública, na votação de um parecer pedido pelo presidente da Assembleia da República (AR), Augusto Santos Silva, à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

 

O parecer tinha sido requerido por Santos Silva em abril de 2023, na sequência de uma recusa federativa em conceder o acesso a documentos relacionados com os contratos de trabalho e prestação de serviços dos selecionadores de futebol Fernando Santos e Roberto Martínez, por entender ser “uma pessoa coletiva sem fins lucrativos e de utilidade pública, constituída sob a forma de associação de direito privado e que não integrava a Administração Pública, não estando, portanto, sujeita à fiscalização da AR”.

Com a abstenção do Partido Social-Democrata (PSD) e os votos favoráveis do Partido Socialista (PS), Iniciativa Liberal (IL) e Partido Comunista Português (PCP), o parecer foi apresentado pelo deputado do PS Pedro Delgado Alves na derradeira reunião da 1.ª comissão antes da dissolução do parlamento, agendada para a próxima segunda-feira.

De acordo com Pedro Delgado Alves, existem “antecedentes muito claros” de outras legislaturas, com requerimentos à FPF que foram todos “objeto de resposta”, nas mais diversificadas matérias, sem que tivessem sido levantadas antes dúvidas neste âmbito.

A deputada do PSD Mónica Quintela considerou esta “uma matéria complexa, que tem suscitado bastante controvérsia”, e que, desta forma, o tempo para análise do parecer “é manifestamente insuficiente”, o que leva o partido a “não acompanhar na íntegra”.

Mónica Quintela lembrou ainda vários casos anteriores, como o de Cláudia Santos, que acumula o cargo de presidente do Conselho de Disciplina da FPF com o de deputada na atual legislatura, numa matéria na qual a FPF “não foi considerada entidade pública”.

Por outro lado, a deputada do IL Patrícia Gilvaz considerou o parecer “equilibrado, com conclusões bastante claras e parece salvaguardar os interesses de todas as partes”, ao passo que o PCP, pela voz de Alma Rivera, entendendo quem não está “tão confortável com uma apreciação apressada do mesmo”, acompanha genericamente este parecer.

A deputada do PS Isabel Moreira afirmou que a apresentação deste parecer “veio dar uma enorme substância à opinião que já tinha”, uma vez que a FPF goza de “poderes, benefícios, dinheiros públicos e poderes sancionatórios” já associados a esse estatuto.