"O Governo Português vai decretar dia de luto nacional pela morte de Jacques Delors. A data será fixada oportunamente, por coordenação europeia ou no dia do funeral", lê-se na nota divulgada pelo gabinete de António Costa.
Costa tinha já lamentado a morte do antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, aos 98 anos, considerando que a Europa perdeu “um dos maiores vultos da sua história contemporânea”.
António Costa lembrou também que Jacques Delors, “um dos grandes impulsionadores da integração europeia, foi também e sobretudo um grande amigo de Portugal”. Foi durante a sua presidência que “Portugal aderiu às então Comunidades, percorrendo um caminho que levou o país a consolidar-se como um país desenvolvido, moderno e democrático”, assinalou.
“Numa época em que a União Europeia de novo enfrenta desafios sem precedentes, o legado de Delors inspira-nos a um compromisso renovado com esta Comunidade de prosperidade e de valores partilhados, que torne a Europa mais forte, mais solidária e mais coesa”, acrescentou o líder do executivo português.
Jacques Delors morreu hoje em Paris aos 98 anos, disse a sua filha Martine Aubry à agência France Presse (AFP).
Figura da construção do projeto europeu e considerado o "pai do euro", Jacques Delors foi presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995, durante três mandatos, incluindo na adesão de Portugal à União Europeia (1986).
Em 1986, aprovou o Ato Único Europeu, o qual levou à criação do Mercado Único Europeu, em 1993.
A assinatura dos acordos de Schengen, o lançamento do programa de intercâmbio de estudantes Erasmus, a reforma da Política Agrícola Comum e o lançamento da União Económica e Monetária que conduziu à criação do euro são outros dos momentos do projeto europeu que estão associados a Delors.
Enquanto membro do Partido Socialista francês, em 1974, e do seu comité diretor, em 1979, foi eleito parlamentar europeu em 1979 e presidiu à Comissão Económica e Monetária até maio de 1981.
De maio de 1981 a julho de 1984, Jacques Delors foi ministro da Economia e das Finanças e foi também eleito presidente da Câmara de Clichy, de 1983 a 1984.