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"Que sejamos tão felizes nas vidas que teremos a seguir” como fomos até aqui

"Que sejamos tão felizes nas vidas que teremos a seguir” como fomos até aqui
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 11 de dezembro de 2023, às 14:44

O primeiro-ministro despediu-se hoje do parlamento com “um grande abraço” e desejos a todos que, como ele próprio, não se recandidatem nas próximas eleições, que sejam pelo menos tão felizes no futuro como nas funções que exerceram.

 

“O que quero desejar a todos os deputados que serão reeleitos nas próximas eleições é a continuação de bons mandatos. Aos que, como eu, não serão reeleitos quero desejar que seja o primeiro dia do resto da vossa vida e que sejamos tão felizes nas vidas que teremos a seguir como pelo menos fomos nas vidas que exercemos ao longo destes anos”, afirmou.

No final do debate preparatório do Conselho Europeu, e naquela que terá sido a sua última intervenção na Assembleia da República antes da dissolução de 15 de janeiro, António Costa pediu alguns segundos para umas palavras de despedida.

O primeiro-ministro começou por salientar a “grande honra” de ter, por seis vezes, sido eleito deputado e por três vezes ter integrado como ministro Governos que responderam perante o parlamento, além de ter chefiado, desde 2015, três executivos.

“Quero saudar, sem qualquer exceção, todas as bancadas deste parlamento. Naturalmente, o parlamento é feito de controvérsia, é feito de contraditório, às vezes mais vivo, outras vezes menos vivo”, disse.

O primeiro-ministro aproveitou para acrescentar que, se ao longo destes anos, melindrou alguém “não o fez intencionalmente”, e, se alguém o melindrou, já o esqueceu.

António Costa despediu-se do parlamento com “um grande abraço” e “votos de continuação de bom trabalho”.

Após uma longa ovação de deputados do PS de pé, à qual se juntaram sentados alguns deputados do PSD, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, usou da palavra.

“Quero agradecer ao senhor primeiro-ministro toda a disponibilidade que teve para a fiscalização por parte da Assembleia da República e toda a solidariedade que pôde existir entre os dois órgãos de soberania. É perante a Assembleia que o Governo responde politicamente. O senhor primeiro-ministro compreendeu bem, tenho a agradecer-lhe por isso”, disse.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assinou na quinta-feira o decreto de demissão do Governo (que entrou em vigor na sexta-feira), um mês depois de o primeiro-ministro ter apresentado a sua demissão ao chefe de Estado, em 07 de novembro, que a aceitou de imediato e, consecutivamente, decidiu dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

O chefe de Estado já anunciou que a dissolução da Assembleia da República será decretada em 15 de janeiro, último dia possível para que haja legislativas em 10 de março, tendo em conta que nos termos da Constituição e da lei eleitoral isso tem de acontecer no período entre o 55.º e o 60.º dias anteriores à data escolhida para as eleições.

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou a sua demissão ao Presidente da República em 07 de novembro, por causa de uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio que levou o Ministério Público a instaurar um inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça em que é visado.