Os dados constam do relatório elaborado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, com base nas estatísticas da Direção-Geral do Emprego e Relações do Trabalho (DGERT), que abrangem as greves realizadas em 2022, no continente, em todos os setores de atividade, à exceção da administração pública.
No primeiro ano maioritariamente sem confinamento, em 2022, após a pandemia de covid-19, registaram-se 166 greves, das quais 69,3% de empresa (uma única entidade empregadora) e 30,7% de pluriempresa (várias entidades empregadoras).
O número de trabalhadores em greve totalizou 41.572, um aumento em 43% face a 2021.
Já os dias de trabalho perdidos atingiram os 47.023, uma subida homóloga em 41%, segundo o relatório.
O número de empresas com trabalhadores em greve subiu em 2022, face ao ano anterior, de 238 para 348 (46,2%), com o maior aumento registado nas empresas de dimensão inferior a 500 pessoas ao serviço.
Entre os setores com maior número de greves estão os transportes e armazenagem, atividades de saúde humana e apoio social e as indústrias transformadoras.
As reivindicações de caráter salarial (50,5%) e as condições de trabalho (20,5%) foram os motivos mais apontados, tendo, no total das greves, o resultado sido recusado em 55,2% dos casos e parcialmente aceite em 39,5%.
Quase dois terços das greves (62,7%) teve a duração de um dia, enquanto 24,1% das greves de empresa duraram de dois a cinco dias.
Em 2022 foram realizadas, ainda, 19 greves ao trabalho suplementar, de acordo com o relatório.