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Reações partidárias

Reações partidárias
Fotografia Miguel A. Lopes/Lusa

Redação/Lusa

Publicado em 02 de maio de 2023, às 22:25

Galamba mantém-se como ministro com o apoio de Costa, apesar da discordância de Marcelo.

O ministro das Infraestruturas pediu hoje a demissão na sequência de uma polémica com um seu ex-adjunto a propósito do caso TAP, mas a demissão foi recusada pelo primeiro-ministro, apesar da discordância do Presidente da República. Sucedem-se, agora, as reações partidárias.

 

PSD acusa executivo de “autodegradação”

O PSD acusou hoje o Governo de estar «à deriva, sem liderança efetiva» e em «autodegradação», remetendo uma reação do presidente, Luís Montenegro, para amanhã, no final de uma reunião da Comissão Permanente do partido.

«O país tem vindo a assistir à autodegradação do Governo de Portugal por sua exclusiva responsabilidade. O executivo mantém-se à deriva, sem liderança efetiva, com inegável falta de autoridade e numa tentativa teatral de ultrapassar tantas fragilidades», criticam os sociais-democratas.

Para a direção do PSD, a declaração de hoje de António Costa «prova que este Governo está de costas voltadas para o país e para as instituições».

 

Chega defende dissolução da Assembleia da República

O presidente do Chega apontou hoje «desequilíbrio emocional» e «precipitação política» ao primeiro-ministro, António Costa, e considerou que o «ambiente de confronto» com o Presidente da República deixa o Governo sem condições para continuar em funções.

«O que vimos hoje foi um certo desequilíbrio emocional, precipitação política e uma vontade de confronto que me leva a perguntar novamente se está bem», afirmou o líder do Chega.

André Ventura considerou que «o ambiente de confronto e de conflitualidade que hoje se abriu entre o Presidente da República, entre o país, o primeiro-ministro e o Governo deixam sem grandes condições de continuidade o Governo de António Costa quanto ao exercício do seu mandato».

«Deve haver dissolução da Assembleia da República e o Chega está preparado para ser uma alternativa e para governar o país», defendeu.

 

Iniciativa Liberal a favor da dissolução do Parlamento

O presidente da IL acusou hoje o primeiro-ministro de ter aberto «um conflito institucional gravíssimo» com o objetivo de «humilhar publicamente» o Presidente da República, considerando que «a única maneira de repor a normalidade» é dissolvendo o parlamento.

Numa reação à decisão hoje anunciada pelo primeiro-ministro, António Costa, de não aceitar o pedido de demissão de João Galamba do cargo de ministro das Infraestruturas, Rui Rocha classificou este episódio como «uma enorme encenação» do chefe do executivo e um «incidente gravíssimo».

«Perante uma tentativa publica de humilhação ao senhor Presidente da República, a palavra devolve-se ao senhor Presidente da República», defendeu o líder liberal, considerando que «a única maneira de repor a normalidade democrática é que haja uma dissolução do parlamento e que os portugueses sejam chamados a pronunciar-se».

 

BE aponta «absoluta degradação»

A coordenadora do BE acusou hoje o primeiro-ministro de estar a «perder tempo» que o «país não tem» em vez de fazer uma reorganização do Governo, criticando «a absoluta degradação» e o silêncio sobre «os problemas políticos» do executivo.

«Julgo que foi uma surpresa para todo o país ouvir hoje o primeiro-ministro de Portugal a fazer uma declaração solene sobre uma coboiada do Ministério das Finanças e não dizer uma palavra sobre os problemas políticos do Governo. É sinal de uma absoluta degradação ou se quiserem é a maioria absoluta como ela própria», disse Catarina Martins.

Para Catarina Martins, o primeiro-ministro «decidiu perder tempo» que «o país não tem», considerando que «o que era preciso era uma reorganização do Governo», não apenas dos «ministros descredibilizados», mas da própria política do executivo.

 

PCP quer resposta «aos problemas do país»

A líder parlamentar do PCP, Paula Santos, defendeu hoje que o essencial «não é a entrada ou a saída de ministros», mas «a resposta aos problemas dos portugueses», sem responder se defende eleições antecipadas.

«Como o PCP tem vindo a dizer, a questão essencial não é a entrada ou saída de ministros ou de secretários de Estado, é a resposta aos problemas dos portugueses: aumentar salários e pensões, garantir o direito à habitação ou a prestação de cuidados de saúde», afirmou Paula Santos.

Questionada, por várias vezes, se o PCP defende que o Presidente da República deverá dissolver o parlamento ou demitir o Governo, Paula Santos nunca respondeu diretamente se o partido considera preferível a existência ou não de eleições antecipadas.

 

PAN e Livre consideram que eleições antecipadas não seriam solução

Os deputados únicos do PAN e do Livre defenderam hoje que o cenário de realização de eleições antecipadas não é «bom para o país» nem a solução que os portugueses pretendem, lamentando as discordâncias públicas entre primeiro-ministro e Presidente da República.

«Todos nós fomos apanhados de surpresa relativamente à não aceitação do pedido de demissão e vemos, com alguma preocupação, o impacto que possa ter na credibilidade das instituições e do poder político», defendeu a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real.

A líder do PAN considerou que o país não pode continuar «refém deste braço de ferro que se veio a colocar em cima da mesa entre primeiro-ministro e Presidente da República».

Por sue turno, o deputado único do Livre, Rui Tavares, considerou que a dissolução do parlamento «não seria bom para o país», embora esteja convicto de que, com novas eleições, o partido ganharia um grupo parlamentar, apontando que o seu interesse imediato «está certamente em último lugar na lista de prioridades».

Quanto à discórdia entre o primeiro-ministro e o Presidente da República, Rui Tavares admitiu pensar que não é bom para o país. «Penso que o país devia ter um ponto de viragem para um tipo de governação mais aberta» e «transparenteß, com mais participação na Assembleia da República.