O regime do Presidente Bashar al-Assad disse que a distribuição da ajuda humanitária será “supervisionada pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho Sírio” com a ajuda da ONU.
A decisão foi divulgada depois de Al-Assad ter visitado hoje um hospital em Aleppo (noroeste), uma das regiões mais afetadas pelos sismos, que causaram a morte de 3.377 pessoas na Síria, segundo o balanço mais recente.
Uma guerra civil está em curso na Síria desde 2011, com zonas do país controlados pelo regime de Al-Assad, que conta com o apoio da Rússia e do Irão, e regiões dominadas por forças rebeldes que se lhe opõem, algumas das quais lutam entre si.
Os sismos, de magnitude 7,8 e 7,5 na escala de Richter, bem como réplicas fortes, tiveram epicentro na vizinha Turquia, onde as autoridades já contabilizaram 17.674 mortos.
Com mais de 21 mil mortos, trata-se de uma das piores catástrofes a atingir a região num século.
A guerra civil tem dificultado o acesso da população à ajuda humanitária, especialmente nas áreas detidas pelos rebeldes no noroeste.
Por enquanto, a maior parte da ajuda destinada a esta zona provém da Turquia e passa por Bab al-Hawa, o único ponto de passagem autorizado entre a Síria e o seu vizinho turco.
Os danos causados pelos terramotos nas infraestruturas rodoviárias do lado turco tornam a entrega de fornecimentos muito difícil, segundo a AFP.
A ONU tinha apelado repetidamente ao Governo sírio para que abrisse outros pontos de passagem para acelerar os esforços de socorro.
Nas zonas controladas pelo Governo sírio, aviões com ajuda humanitária aterraram em Damasco, Aleppo e Latakia, provenientes dos Emirados Árabes Unidos, Rússia e Irão, entre outros países.
A ONU tem enviado ajuda de áreas controladas pelo Governo para zonas rebeldes.
O representante do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Sivanka Dhanapala, disse hoje que já tinham sido transferidos para o noroeste ‘stocks’ de 30.000 artigos de socorro de base e 20.000 tendas.
Dhanapala disse também que mais de 5,3 milhões de pessoas poderão ter ficado sem casa na Síria, onde a guerra civil já tinha provocado 6,8 milhões de deslocados internos.
Autor: Agência Lusa