twitter

Política de Coesão na linha da frente da recuperação europeia

Política de Coesão na linha da frente da recuperação europeia
Fotografia

Publicado em 12 de outubro de 2021, às 12:42

Verbas já estão a chegar aos Estados-Membros.

A Política de Coesão está a dar um contributo decisivo para a recuperação europeia, depois de ter estado na linha da frente na resposta à emergência criada pela pandemia. O REACT-EU – fundo de Assistência de Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa – já aprovou 34,1 mil milhões de euros e pagou 3,5 mil milhões em quatro meses, tornando-se no primeiro instrumento do plano de recuperação NextGenerationEU a fazer pagamentos aos Estados-Membros. O anúncio foi feito ontem pela Comissária Europeia para a Coesão e Reformas, na intervenção de abertura da 19.ª Semana Europeia das Regiões e dos Municípios, que está a decorrer até quinta-feira sob o mote “Juntos pela recuperação”. Organizado em conjunto pela Comissão Europeia e pelo Comité das Regiões, o maior evento anual dedicado à política regional e de coesão realiza-se pelo segundo ano consecutivo em formato digital devido à Covid-19. Elisa Ferreira recordou que a Política de Coesão foi das primeiras a estar no terreno, com os apoios a chegarem 4 ou 5 semanas após o surgimento da crise. «Desde então, mobilizámos mais de 21 mil milhões de euros para investir em três áreas-chave», designadamente saúde, empresas e emprego, referiu. Agora, a Política de Coesão volta a estar na primeira linha para a recuperação europeia, com 50 mil milhões de euros inscritos no REACT-EU, destinados a promover uma «recuperação verde e digital, que não deixa nenhuma região para trás e nenhum lugar esquecido». «Fizemos os primeiros pagamentos a 28 de junho, fazendo com que a Política de Coesão seja a primeira a fazer pagamentos no âmbito do NextGenerationEU», afirmou. A comissária portuguesa destacou que os cidadãos da União Europeia reconhecem a enorme importância da Política de Coesão para fazer face à pandemia. Os dados do Eurobarómetro mostram que 69% dos europeus estão cientes de que a Política de Coesão está a investir na recuperação pós-Covid-19. O relatório refere que 41% dos europeus conhecem um projeto da sua região, o que representa um acréscimo em relação aos 34% registados há dez anos. Entre os que conhecem algum projeto, 80 por cento consideram que os projetos da UE têm um impacto positivo da sua região. Segundo o Eurobarómetro, os projetos financiados pela UE têm um efeito positivo no sentimento de cidadania europeia: 59% dos europeus apresentam um sentimento mais forte de pertença à UE devido aos projetos locais. Por último, Elisa Ferreira enfatizou que o número de europeus que pensam que a Política de Coesão da UE deve continuar aumentou significativamente ao longo dos anos: 64% pensam que deveria continuar, em comparação com 47% registados há 10 anos. Esta responsável reiterou a importância da cooperação e da bordagem territorial, advertindo, no entanto, que «uma recuperação coesa não pode ser deixada apenas para a política de coesão. Deve ser responsabilidade de todos os programas e instrumentos». O programa da Semana Europeia das Regiões e dos Municípios 2021 prevê 300 sessões, com quase 850 intervenientes, 365 horas de conferências interativas, mais de 100 vídeos e 30 stands com histórias e testemunhos sobre projetos no terreno. O programa deste ano centra-se em quatro temas: coesão, transição ecológica, transição digital e participação dos cidadãos.   Barómetro mede impacto da Covid-19 O presidente do Comité das Regiões, Apostolos Tzitzikostas, apresenta hoje, a partir das 14h00, o Barómetro Regional e Local de 2021 aos dirigentes locais e ao vice-presidente da Comissão Europeia Maroš Šefčovič, no âmbito da 146.ª assembleia geral deste órgão consultivo composto por representantes eleitos do poder regional e local. Este relatório mede o impacto da pandemia nas regiões, nos municípios e nas aldeias da UE, apresentando os principais factos, dados e conclusões sobre as suas repercussões económicas, sociais, sanitárias e digitais. «Um ano e meio depois da eclosão da pandemia, as regiões e os municípios centram-se agora em assegurar uma recuperação económica e social justa e rápida. O Barómetro Regional e Local Anual de 2021 apresenta uma panorâmica atualizada de uma vasta gama de questões que determinarão o êxito dos esforços de recuperação nos nossos municípios e regiões: da saúde à migração, do Pacto Ecológico à transformação digital e da coesão económica e social ao reforço da democracia europeia», refere o Comité das Regiões. Recorde-se que o Comité das Regiões Europeu reúne representantes regionais e locais dos estados-membros, sendo consultado pelo Parlamento Europeu, Conselho e Comissão Europeia em domínios relativos às regiões e aos municípios. Este organismo foi criado em 1994, na sequência da assinatura do Tratado de Maastricht, sendo que a sua missão consiste em fazer participar os órgãos de poder regional e local no processo decisório da UE e informá-los sobre as políticas da União Europeia.
Autor: Luísa Teresa Ribeiro