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Cientistas sugerem nova técnica para obter um ovo cozido ‘perfeito’

Cientistas sugerem nova técnica para obter um ovo cozido ‘perfeito’
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 07 de fevereiro de 2025, às 10:23

Cozer um ovo pode parecer tão simples como ferver água e mergulhá-lo, mas, para o tornar ‘perfeito’, uma equipa de investigadores propõe a “cozedura periódica”, que também lhe confere um maior valor nutricional.

O objetivo é cozinhar de forma ideal tanto a gema como a clara, o que requer duas temperaturas diferentes, e o método foi descrito num estudo publicado pela Communications Engineering por uma equipa de investigadores italianos.

A cozedura periódica consiste em alternar o ovo entre uma panela com água mantida a 100 graus e uma tigela a 30 graus, movendo-o de uma para a outra a cada dois minutos durante 32 minutos.

“Os cozinheiros de ovos enfrentam o desafio da estrutura bifásica: a clara e a gema requerem duas temperaturas de cozedura. As opções são a separação ou uma temperatura de compromisso em detrimento da segurança alimentar ou das preferências de sabor”, explicaram os investigadores.

A equipa descobriu que a clara e a gema podem ser cozinhadas a duas temperaturas ao mesmo tempo, resultando num ovo cozido uniformemente e com maior valor nutricional do que aqueles cozinhados utilizando métodos convencionais de fervura ou vácuo.

O método “não só otimiza a textura e os nutrientes do ovo, como também é promissor para aplicações culinárias e tratamento de materiais inovadores”, observaram os autores do estudo.

Nos ovos de galinha, a clara é cozida a 85 graus e a gema a 65 graus, pelo que mergulhá-los a 100 graus endurece completamente a gema, enquanto o método de vácuo durante uma hora a uma temperatura de 65 graus deixa a clara mal cozida.

Para desenvolver o seu método, a equipa simulou primeiro o processo num programa de computador de dinâmica de fluidos computacional, que sugeriu o método agora descrito como cozedura periódica.

O passo seguinte foi testar diferentes métodos na vida real, para os quais cozinharam ovos utilizando a nova técnica, além de utilizarem a fervura para ovos cozidos, ovos escalfados e cozedura a vácuo.

Depois de prontos, verificaram a textura e as qualidades sensoriais dos ovos, além de avaliarem as suas propriedades químicas através de ressonância magnética nuclear e espetrometria de massa de alta resolução.

Os ovos cozidos periodicamente tinham uma gema mole semelhante à de um ovo ‘sous vide’ e a consistência da clara era intermédia entre a de um ovo ‘sous vide’ e a de um ovo escalfado.

As análises químicas indicaram que com esta técnica as gemas também continham mais polifenóis, micronutrientes estudados pelos seus benefícios para a saúde.