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Bruxelas diz não ter para já “particular preocupação” com despesa em Portugal

Bruxelas diz não ter para já “particular preocupação” com despesa em Portugal
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 15 de novembro de 2024, às 10:40

O comissário europeu da Economia disse hoje não ter, para já, “particular preocupação” sobre o nível de despesa em Portugal, salientando a redução da dívida pública, que deverá atingir os 90% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026.

“É uma decisão que registamos [de Portugal ter vindo a registar mais gastos]”, mas “não estamos, neste momento, particularmente preocupados com o nível de despesa”, declarou disse Paolo Gentiloni.

Falando em conferência de imprensa, em Bruxelas, na apresentação das previsões económicas de outono, o responsável indicou tomar “nota do facto de que, globalmente, continuar a haver, em relação a Portugal, uma situação orçamental muito boa”.

“Na nossa estimativa, Portugal continuará a diminuir o seu rácio da dívida, atingindo os 90% em 2026”, salientou Paolo Gentiloni.

“Lembro-me, pessoalmente, quando celebrei com o então primeiro-ministro, que é agora o presidente [eleito] do Conselho Europeu, o facto de Portugal ter descido abaixo dos 100% da dívida em relação ao PIB”, disse ainda o comissário europeu da tutela, numa alusão ao também socialista António Costa.

Nas previsões económicas de outono, hoje publicadas em Bruxelas, a Comissão Europeia estima uma dívida pública de 95,7% do PIB este ano, que deverá baixar para 92,9% do PIB em 2025 e 90,5% em 2026.

No documento, a Comissão Europeia prevê também um crescimento económico de Portugal em 1,7% este ano e 1,9% em 2025, abaixo dos 1,8% e 2,1%, respetivamente, estimados pelo Governo.

Bruxelas estima um crescimento do PIB de 1,7% em 2024, 1,9% em 2025 e 2,1% em 2026, o que compara com as previsões inscritas pelo Governo no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que apontam para um crescimento de 1,8% este ano e de 2,1% em 2025.

“O crescimento económico em Portugal deverá aumentar gradualmente ao longo do horizonte das previsões, apoiado pelo consumo privado e pelo investimento”, ao mesmo tempo que se prevê “que a inflação global continue a diminuir, num contexto de contenção do crescimento do emprego e de uma descida marginal do desemprego”, indica a instituição no documento.

Além disso, “prevê-se que o excedente do setor público administrativo de Portugal diminua, com pressões crescentes sobre as despesas correntes, a par de medidas de política orçamental que deterioram o saldo das receitas”, adianta Bruxelas.

Ainda nestas previsões económicas de outono, a Comissão Europeia revela estar mais otimista do que o Governo e prevê um excedente orçamental de 0,6% este ano e de 0,4% em 2025 em Portugal, acima dos 0,4% e 0,3%, respetivamente, estimados pelo executivo.

No documento, o executivo comunitário melhora a sua previsão para o saldo orçamental português deste ano face ao que tinha avançado em maio, quando esperava um excedente de 0,4%, mas revê em ligeira baixa a estimativa para 2025, de 0,5% para 0,4%.