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Associação ambientalista Quercus alerta para cinco ameaças ao ambiente

Associação ambientalista Quercus alerta para cinco ameaças ao ambiente
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 05 de junho de 2024, às 10:11

A propósito do Dia Mundial do Ambiente

A queima de biomassa, o “avanço desregrado” das centrais fotovoltaicas, a mineração, a seca e o uso de pesticidas são as cinco maiores ameaças ao ambiente em Portugal, diz a associação ambientalista Quercus.

O alerta é deixado em comunicado a propósito do Dia Mundial do Ambiente, que hoje se assinala, este ano com o tema “Restauração dos solos, desertificação e resistência à seca” e com as comemorações centradas na Arábia Saudita, país que também acolhe a próxima conferência das Nações Unidas sobre a biodiversidade, a chamada COP16.

A Quercus considera inquestionável a evolução em matéria de ambiente nas últimas décadas, mas acrescenta que surgiram estratégias para deturpar a lei e lesar o direito a um ambiente equilibrado e sadio.

Quer a nível nacional, quer europeu ou internacional, avisa a associação, está a ser colocada maior pressão sobre os recursos naturais, que condiciona a resiliência do país e do planeta.

A Quercus insurge-se por exemplo contra a queima de biomassa para a produção de energia elétrica, porque coloca pressão sobre os recursos florestais e não diminui incêndios, e defende a produção de energia descentralizada e autoconsumo, para evitar grandes centrais e a instalação de painéis em áreas florestais e naturais.

A alteração do bosque nativo por monoculturas florestais, associada às más práticas florestais e agrícolas, têm contribuído para desregular o ciclo da água e acelerar a degradação e desertificação dos solos, diz a associação no comunicado, acrescentando que atualmente em Portugal cerca de 63% do solo está em vias de desertificação, e o teor de matéria orgânica na maior parte do solo é de apenas 1%, sendo necessário pelo menos 3% para a maioria das culturas agrícolas.

No comunicado a Quercus diz que há agora uma oportunidade para uma transição agroecológica e reconversão das monoculturas de espécies florestais, fala dos agricultores que estão a “abrir horizontes” em relação a novas práticas agroecológicas e considera que é preciso rever os critérios das Faixas de Gestão de Combustível.

A associação pede medidas legislativas para a efetiva proteção dos carvalhais, tipo de bosque que dominava o coberto vegetal do país, nomeadamente para a promoção da bolota, como por exemplo a redução do IVA dos produtos à base de bolota, dos atuais 23%, para os 6%.

Além de sugerir a proibição do uso de pesticidas em espaços públicos, a Quercus pede também prioridade à ligação ferroviária a Madrid e que se reveja a construção de um novo aeroporto.

São propostas para celebrar o Dia Mundial do Ambiente, diz a Quercus, considerando que “até agora, pelos sinais do clima, podemos indicar um balanço geral negativo”.