De acordo com o Eurobarómetro, 64% dos cidadãos portugueses inquiridos têm uma visão positiva da UE e das instituições (Comissão Europeia, Conselho Europeu, Parlamento Europeu e Conselho da UE) e apenas 07% têm uma visão negativa.
É a percentagem mais elevada entre os 27 países que hoje integram o bloco político-económico.
Os portugueses também são os que expressam maior orgulho por serem cidadãos europeus (86%) e 75% rejeitam que o país estava melhor fora da UE.
Para os cidadãos nacionais, o poder económico da UE é a principal força do bloco (37%, acima da média da UE, que é de 23%).
Contudo, as perspetivas portuguesas para o futuro da UE baixaram em comparação com o último Eurobarómetro sobre o tema, divulgado no verão.
Portugal é, aliás, o país que contabilizou a maior quebra de confiança sobre o futuro dos 27.
Este sentimento pode ser explicado, de acordo com o Eurobarómetro, pela atitude mais pessimista dos portugueses em relação à economia nacional, já que a Comissão notou que os cidadãos nacionais são "substancialmente mais pessimistas" sobre a resistência da economia a todos os choques geopolíticos do momento.
Quatro em cada cinco portugueses, entre os inquiridos, consideram que a situação do país é "má ou muito má", ou seja, cerca de 80%, um número substancialmente acima dos 57% contabilizados na última avaliação estatística.
Só a Grécia é mais pessimista do que Portugal, mas os portugueses são os que estão mais desiludidos com a democracia nacional.
Já a resposta de Portugal à invasão da Rússia à Ucrânia é aprovada por 76% dos portugueses, posicionando o país como o quinto mais satisfeito na UE com a resposta das autoridades nacionais.
E 90% são favoráveis a um aumento da cooperação em matéria de Defesa.
Este relatório do Eurobarómetro adveio de uma recolha feita, em Portugal, entre 23 de outubro e 17 de novembro, "período caracterizado por dois importantes momentos nacionais e internacionais", respetivamente a demissão do primeiro-ministro e consequente queda do Governo que desencadeou eleições legislativas antecipadas para 10 de março de 2024, e o conflito no Médio Oriente que gerou discórdia internacional e mergulhou os mercados em ainda mais incerteza.
O inquérito foi feito a 1.031 portugueses.