Após duas semanas de isolamento em Guimarães, o avançado, de 24 anos, rumou ao Brasil para recuperar «psicologicamente», junto da família, e, na chegada a São Paulo, cidade com uma área metropolitana superior a 20 milhões de habitantes, sentiu um ambiente generalizado de receio, com «pouca gente na rua» e «lojas fechadas».
«Quando eu estava aí [em Portugal], tinha o pensamento de que [os brasileiros] estariam mais relaxados. Mas quando cheguei também percebi que havia já um certo medo da população. No voo em que embarquei, só podiam estar brasileiros. As lojas e os mercados em que reparei estavam fechados. Estava muito pouca gente na rua. Parece-me que a doença está a ser encarada como em Portugal», disse, em videoconferência organizada pelo Vitória.
Questionado sobre o efeito dos discursos do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, sobre a covid-19, nos quais até já defendeu o fim do confinamento, Bruno Duarte admitiu que a postura tem transmitido «um pouco de medo para a população», mas quis acreditar que o chefe de Estado tem «alguma certeza» sobre o que está a falar, tendo dito que a saúde é a prioridade e que a situação económica deve ser analisada com «calma».
«Não podemos dizer que a economia é mais importante do que a saúde, nem que as pessoas devem ficar apavoradas por conta do trabalho. Infelizmente, o nível de pobreza é muito grande. É uma situação difícil para quem trabalha e para quem é dono de empresa», disse o atleta, sobre um país que registou até agora, segundo a mais recente atualização, 241 mortes, num conjunto de 6.836 casos de infeção.
Autor: Lusa