De acordo com o presidente da FDIP, Pedro Flávio, atualmente estão federados cerca de mil atletas, o esqui alpino é a modalidade com mais praticantes, seguida do hóquei no gelo, enquanto o curling, a patinagem de velocidade e a patinagem artística “estão a aproximar-se” dos números das duas modalidades com maior procura.
“Tem sido feito um trabalho a várias dimensões na formação e há a preocupação de pôr as pessoas em contacto com as modalidades”, acentuou o presidente da FDIP, com sede na Covilhã, no distrito de Castelo Branco.
Pedro Flávio frisou que a FDIP se tem multiplicado em iniciativas para que as pessoas possam experimentar as diferentes disciplinas, “mesmo que não seja no ambiente natural, ou em simuladores”.
Com rampas sintéticas de esqui, snowboard ou curling deslocam-se às escolas e fazem exibições em locais públicos.
No caso dos desportos de neve, a ausência das condições na maioria do tempo é uma preocupação.
Para um nível básico da formação, explicou Pedro Flávio, os treinos conseguem fazer-se em Portugal, se houver neve, mas para progredir no desempenho “é inevitável” o treino no estrangeiro.
A inauguração, há três anos, da pista de gelo das Penhas da Saúde, na serra da Estrela, foi um momento-chave nos desportos no gelo, embora a arena não tenha as medidas oficiais e condicione os treinos e a preparação, mas tem permitido a centenas de pessoas praticarem regularmente curling, no torneio que é promovido, hóquei no gelo ou patinagem artística, duas modalidades que têm academia para a aprendizagem.
Também já foram feitas provas de patinagem de velocidade no local, com vários atletas vindos das rodas a aderirem à disciplina e a quererem explorar também essa dimensão.
“A pista de gelo foi muito importante. Mesmo para quem não compete. No ano passado passaram 12 mil pessoas pela pista, em lazer”, referiu Pedro Flávio.
O presidente da FDIP disse que tem existido a preocupação de apoiar os clubes federados, que aumentaram para 56, e que dessa forma criam maiores condições para o desenvolvimento das modalidades.
E se a maioria dos clubes de desportos de neve é da Covilhã, os clubes com modalidades de gelo estão espalhados por mais zonas do país.
“Temos uma semente que estamos a lançar, para termos mais atletas e para poderem seguir o caminho da competição”, vincou, em declarações à agência Lusa, Pedro Flávio, que reconhece “muito potencial” no país.
Uma equipa portuguesa de hóquei no gelo joga na Liga Ibérica e é habitual atletas das academias e da formação deslocarem-se ao estrangeiro, nomeadamente às arenas de Madrid, para treinarem aspetos que não é possível numa pista mais pequena.
Pedro Flávio manifestou-se confiante de que os desportos praticados no gelo vão registar “um crescimento exponencial” quando estiver construído o primeiro pavilhão de desportos de inverno no país, até ao final de 2027, no Seixal.
Com a possibilidade de treinar num espaço, com medidas oficiais, onde está previsto poder praticar curling, hóquei no gelo, patinagem artística e patinagem de velocidade no gelo em pista curta, existe a expectativa de que essas modalidades se desenvolvam e Portugal possa passar a ter outras aspirações nas competições internacionais.
Na quinta-feira fica a faltar um ano para o início da 25.ª edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Milão-Cortina2026, que vão ser disputados entre 06 e 22 de fevereiro.
A FDIP tem a aspiração de qualificar mais atletas e mais modalidades do que nos Jogos Pequim2022, nos quais Portugal contou com dois atletas no esqui alpino e um no esqui de fundo.