O técnico do SC Braga, Carlos Carvalhal, reconheceu hoje que tem existido alguma ansiedade no plantel do SC Braga, fruto da juventude do grupo, e que tal se tem dissipado quando aparece um golo, exemplificando com o sucedido no último jogo europeu, diante do Maccabi Tel Aviv. «a ansiedade evapora-se quando se faz um golo. O golo apareceu tardiamente nos dois jogos e as vossas observações podiam ser diferentes se fizéssemos um golo mais cedo. Há muita vontade de querer ganhar. Basta ver a atitude de quando fizemos o 1-1 [último jogo] e a equipa pegou na bola para ganhar. É um sintoma de querer e vontade», disse o treinador na conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Rio Ave, agendado para amanhã, às 20h30, na “Pedreira”.
Segue-se a receção ao Rio Ave depois de um jogo europeu
A preparação para o jogo, no fundo, vai ser feita hoje [no treino]. Ontem treinaram os que não jogaram na quinta-feira e os que jogaram estiveram a recuperar. Temos ainda que ver os valores dos indicadores fisiológicos com que os jogadores aparecem, que já foram decisivos para as nossas opções, e depois também em função do adversário vamos escolher o melhor onze para defrontar um adversário que tem uma forma caraterística de trabalhar com um treinador que está no Rio Ave desde a II Liga e que tem feito um trabalho muito bom. É uma equipa muito enérgica, que joga com três defesas e uma linha de cinco, dois médios e três avançados. Vamos ter que estar ao nosso melhor nível para vencer o jogo.
Apelo à massa associativa
O Rio Ave tem uma forma de jogar muito característica, o seu treinador fez um excelente trabalho já desde a II Liga, reforçou-se bem, tem uma boa equipa e esperamos um jogo difícil como todos os outros. Uma equipa que joga com três defesas, defende a cinco, tem dois médios e três avançados. Tem jogadores que interpretam muito bem as ideias e vamos ter de dar o nosso melhor, com energia, mas a ideia é unicamente ganhar. Foi sempre na raça e na determinação que ganhámos e amanhã [domingo] vai ser assim. Apelo à massa associativa, porque o SC Braga está em rejuvenescimento, com muitas entradas, jogadores que vieram de outros campeonatos, jovens e que têm tendência para cometer erros e a evoluir, que precisam de apoio e carinho. Não é por falta de empenho que a equipa não tem jogado melhor. Vontade não falta e isso, aliado ao apoio de fora, é importante.
No último disse que a maior dificuldade tinha sido o momento da pressão. Isso passa-se com toda equipa ou é mais no sector ofensivo
É uma boa pergunta, mas um tema complexo. A capacidade de alguns jogadores, até pela experiência, permite ‘matar’ três linhas de passe aos adversários. Só para dar exemplos, temos o Moutinho, o André Castro e Fransérgio que fazem isso muito bem. Em função do seu posicionamento conseguem matar duas ou três linhas de passe. O mesmo acontece com os avançados- o Piazon faz muito bem isto - mas isto é difícil conseguir-se num ápice.
Equipa parece mais reativa
Se verificarmos tivemos quatro oportunidades de fazer golo no último jogo. Obviamente, a nossa equipa, que tem um bocadinho mais de ansiedade pelo último jogo em casa [Vitória Guimarães], a ansiedade evapora-se quando se faz um golo. O golo apareceu tardiamente nos dois jogos e as vossas observações podiam ser diferentes se fizéssemos um golo mais cedo. Há muita vontade de querer ganhar. Basta ver a atitude de quando fizemos o 1-1 [último jogo] e a equipa pegou na bola para ganhar. É um sintoma de querer e vontade.
Alguma novidade na evolução dos jogadores lesionados?
Os que estarão mais perto de voltar serão o Paulo e o Zalazar. Todos eles vão antecipar timings, mas queremos jogar pelo seguro.
Quando é que a equipa pode ganhar com nota artística?
Se andarmos assim [a ganhar] até final da época, assino por baixo. Queremos jogar com atitude e a querer ganhar. Esse é o imperativo. E depois é buscar qualidade. Uma equipa que remata como nós, que tem fluidez de oportunidades, 30 tentativas de golo, faz dois golos, cria várias oportunidades no jogo com o Nacional… Vamos com calma! A última imagem é a que fica, mas o SC Braga não tem feito má figura. Estamos com 3 pontos na Liga Europa e no nosso campeonato a 1 ou dois pontos das equipas que estão em terceiro lugar.
Por que optou por João Ferreira no onze em vez de Arrey-Mbi no último jogo?
Vamos desmistificar isto. O João Ferreira no ano passado jogou a defesa central a um nível elevadíssimo, também joga a defesa direito. Tem a vantagem de poder lançar o jogo com o pé direito e incorporar-se mais no ataque, o que o Arrey-Mbi tem mais dificuldade em fazer isso, sendo esquerdino a jogar pela direita. Não houve castigo nenhum, se assim fosse nem era convocado e aprendeu com os erros [alusão à expulsão com o Vitória SC].