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FC Porto SAD abdica de construir academia na Maia por falta de «possibilidades financeiras»

FC Porto SAD abdica de construir academia na Maia por falta de «possibilidades financeiras»
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 18 de junho de 2024, às 21:41

Empreiratada foi iniciada pela anterior administração.

A FC Porto SAD abdicou de construir uma academia na Maia, empreitada iniciada em campanha eleitoral pela anterior administração, encabeçada por Pinto da Costa, anunciou hoje o terceiro colocado da edição 2023/24 da I Liga de futebol.

"Aos dias de hoje, esta administração confirmou à Câmara Municipal da Maia (CMM) que, efetivamente, o clube não teria nesta fase possibilidades financeiras de dar continuidade ao processo tendente à aquisição dos terrenos em causa", reconheceu, em comunicado.

Desde a sua tomada de posse na FC Porto SAD, em 28 de maio, a estrutura liderada por André Villas-Boas avaliou "vários elementos" do projeto proposto pela gestão de Pinto da Costa, englobando o estado do processo de hasta pública para a aquisição dos terrenos.

Foram também realizadas reuniões com o autarca da Maia, António Silva Tiago, e com o gabinete de arquitetura responsável pelo projeto, de Manuel Salgado, sem que a recém-designada direção 'azul e branca' tivesse dissipado dúvidas perante uma decisão "pouco ponderada e precipitada" tomada pela sua antecessora antes do sufrágio de 27 de abril.

"As preocupações expressas pela nova administração quanto à maneira como se decidiu avançar para o projeto da Maia, nomeadamente sem a aparente consideração adequada sobre a capacidade financeira do clube, para, nesta altura, completar os diversos passos subjacentes, incluindo a aquisição dos terrenos em causa e a tramitação aparentemente acelerada do procedimento, revelaram-se inteiramente fundadas", sinalizam os 'dragões'.

Além de ter confirmado a ausência de "qualquer plano concreto de viabilidade financeira" para a construção da obra, a SAD verificou que a administração de Pinto da Costa "havia falhado o pagamento da segunda prestação" contemplada nas negociações com a CMM.

Em 16 de abril, a apenas 11 dias das eleições do clube, o FC Porto concretizou em hasta pública a aquisição por 3,36 milhões de euros (ME) de 14 dos quase 23 hectares de um terreno inserido no projeto do Parque Metropolitano da Maia, sendo que 9,3 pertenciam à empresa ABB, junto da qual foi adjudicado um movimento de terraplanagem por 6,89 ME.

"A FC Porto SAD vai continuar agora a trabalhar afincadamente no sentido de analisar e explorar as alternativas disponíveis que permitam ao clube, dentro dos constrangimentos que tem e sem hipotecar o seu futuro, estar dotado das infraestruturas de que necessita para entrar na modernidade e continuar a ser uma referência a nível mundial", terminou.

O reforço infraestrutural do FC Porto foi uma das principais medidas debatidas durante a campanha eleitoral por André Villas-Boas e Pinto da Costa, que perdeu o sufrágio mais disputado de sempre do clube e deixou a presidência ao fim de 15 mandatos e 42 anos.

Ao contrário da empreitada proposta em Nogueira e Silva Escura e em São Pedro Fins, freguesias da Maia, um concelho limítrofe do Porto, Villas-Boas deseja expandir o atual Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival, em Vila Nova de Gaia.

“Sem prejuízo de comunicação formal do FC Porto, que aguardamos ainda, só podemos lamentar que a situação financeira do clube não permita concretizar o projeto a que se propôs, que, estamos certos, engrandeceria o FC Porto e a Maia”, observou a CMM, em nota enviada às redações, recusando comentar a decisão da nova gestão dos ‘dragões’.