O SC Braga emitiu ontem uma nota explicativa sobre a mudança dos estatutos do clube, onde ressalva que a proposta relativa à maioria da SAD visa apenas adequar os mesmos à realidade, sublinhando que «o SC Braga nunca teve maioria na SAD». A proposta de alteração dos estatutos foi revelado há duas semanas pelo SC Braga e causou controvérsia no universo associativo, replicado em várias páginas das redes sociais. Perante este cenário, o Conselho Geral pediu aos serviços do clube que fizesse uma nota de esclarecimento sobre o assunto. De todos as alterações estatutárias divulgadas, aquela que mais polémica gerou foi a maioria da SAD, mas o SC Braga sublinhou apenas pretender «fazer corresponder os estatutos à realidade que sempre se verificou, uma vez que o clube não tem e nunca teve a maioria do capital social da SAD».
Os estatutos atuais do SC Braga referem, no artigo 110, que «Em todas as sociedades desportivas em que o SC Braga participe nos termos do número anterior, existentes ou futuras, será manda,direta ou indiretamente, a maioria do capital social e número de votos correspondente a essa posição societária». O SC Braga esclarece que a mudança proposta que visa eliminar «não visa permitir que o clube deixe de ter a maioria na SAD, vendendo ações», mas apenas adequar o texto à realidade, sublinhando do que «na verdade o clube não tem e nunca teve essa maioria, nem na constituição da SAD».
«A norma em causa foi introduzida em 2015, mediante proposta da Direção, num contexto em que existia a expetativa da Câmara Municipal de Braga doar as ações ao clube. Nesse caso, juntando as ações do clube e da Câmara Municipal de Braga, o clube passaria a ter a maioria que pelos Estatutos teria de manter. Sucede que isso não se verificou. A Câmara Municipal de Braga vendeu as ações em bolsa a terceiros. Por isso a norma tornou-se incongruente e obsoleta, desde logo porque é impossível ao clube manter uma maioria que de resto nunca teve», explica o clube arsenalista. O SC Braga reitera, por isso, que esta alteração «tem apenas o intento de eliminar tal incongruência e porque a eliminação não afeta em nada a vida do clube e os seus sócios, nem a Sad, é que o Conselho Geral propôs tal alteração».
«Objetivamente, na prática, nada se altera. Formalmente elimina-se uma incongruência e um artigo estatutário que não reflete e nunca refletiu a realidade. Esta alteração não permite, por exemplo, que a Direção passe a ter mais poder sobre a alienação de ações na titularidade do clube, nem retira qualquer poder sobre o tema aos sócios. Recorde-se que O SC Braga detém 36,99 por cento das ações da SAD, sendo que a Qatar Sports Investment (entidade detida pelo estado do Qatar e que é proprietária dos franceses do PSG, possui 29,60 por cento. A Sundown Investments tem 17,04 por cento e os restantes 16,37 por cento estão espalhados por outros acionistas.