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Jogou com Maradona, conhece o San Paolo e acredita no sucesso do Braga em Nápoles

Jogou com Maradona, conhece o San Paolo e acredita no sucesso do Braga em Nápoles
Fotografia SCBraga

Pedro Vieira da Silva

Jornalista

Publicado em 11 de dezembro de 2023, às 09:49

Rui Casaca estreou-se pelo boavista em Nápoles. Antigo diretor do SC Braga diz que está tudo em aberto

Rui Casaca, antigo diretor do SC Braga (desempenhou várias funções na estrutura de futebol dos guerreiros do Minho), conhece bem o Estádio Diego Armando Maradona – antigo San Paolo –, porque ali jogou em 1984, ao serviço do Boavista, tendo partilhado o relvado com... Diego Armando Maradona. «Inesquecível», destaca o antigo diretor-executivo dos guerreiros do Minho, que acredita no «potencial ofensivo» da turma comandada por Artur Jorge para «vencer o Nápoles». Vivia-se o ano de 1984 quando Rui Casaca, na altura com 25 anos, chegou ao Boavista, que nessa temporada foi treinado por Mário Wilson e João Alves, proveniente do Rio Ave (em Vila do Conde, o médio tinha feito seis golos em 20 em 36 partidas). A turma axadrezada realizou o seu estágio de pré-temporada em terras italianas e, em julho desse ano, a turma boavisteira realizou um jogo-treino com o Nápoles, onde pontificavam figuras como Ciro Ferrara, Salvatore Bagni, Daniel Bertoni, Fernando De Napoli e... Diego Armando Maradona. A estreia de “El Pibe” aconteceu num amigável com o Boavista, num San Paolo a rebentar pelas costuras.

 

«Parávamos para ver o que Maradona fazia»

«Lembro-me perfeitamente desse dia. Foi no ano que cheguei ao Boavista e jogámos em Nápoles. Comecei no banco e o ambiente no estádio, que estava completamente cheio, era incrível. E lá estava ele, Maradona, um ídolo para todos. Lembro-me que estávamos a jogar e parávamos para ver o que estava a fazer. Até nos esquecíamos que estávamos a jogar. Jamais esquecerei esse momento», conta Rui Casaca, recordando a equipa «fantástica» da turma napolitana que, mais tarde, nessa época (1984/1985), se viria a sagrar campeã de Itália.

 

Cidade-Maradona

O Boavista perdeu esse jogo por 3-1 e, mais recentemente, Rui Casaca voltou a Nápoles, já como diretor do SC Braga. A turma minhota perdeu, no San Paolo, por três bolas a uma – Pandev (dois golos) e Zuniga marcaram pelos italianos, Lima fez o golo dos minhotos –, numa partida em que deu para perceber que a «loucura por Maradona é a mesma». «O que se notou, e agora é igual, é que, mesmo após estes anos todos, a loucura e a “devoção” a Maradona é a mesma. Nas ruas, nas casas e em todo o lado há pinturas, desenhos e tudo o que se relaciona com Maradona, nos cafés, nas casas e em todo o lado. É uma espécie de cidade-Maradona», destaca Rui Casaca. Representante de uma região pobre de Itália, num sul degradado perante o poder de cidades como Milão, Roma ou Turim, símbolos de um norte pujante, Nápoles transformou-se com Maradona. «A rivalidade com as cidades do Norte é imensa e a forma como vivem o futebol é incrível. Então em relação ao Maradona é indescritível. Parece que continua tudo como no dia em que ele chegou. No estádio, antes como agora, aquele “monstro sagrado” continua a pairar no palco que agora tem o nome dele», finalizou Rui Casaca.