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Sabia que 68% dos bracarenses andaria de bicicleta se existissem ciclovias seguras

Sabia que 68% dos bracarenses andaria de bicicleta se existissem ciclovias seguras
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Publicado em 19 de novembro de 2020, às 03:01

Mobilidade.

Sabia que 68% dos bracarenses andaria de bicicleta se tivesse garantia de ciclovias seguras entre a casa e trabalho? Pois, esta é uma das conclusões da tese de doutoramento de Mário Meireles, conhecido bracarense que faz parte da BragaCiclável, em Sustentabilidade do Ambiente Construído. Sob o tema "Mobilidade Urbana Sustentável centrada no uso da bicicleta. Um sistema digital, integrado, partilhado e inteligente", Mário defendeu uma mobilidade centrada nos modos ativos para as Starter Cycling CIties, com o estudo de caso de Braga. Para isso, e segundo o agora doutor da mobilidade ciclável, há a necessidade de investir naquilo que chamou de «triângulo sustentável da mobilidade». «O andar a pé, de bicicleta e de transporte público. Com uma forte aposta nestes três modos, e uma redução dos privilégios do carro, a cidade de Braga poderá ter níveis de mobilidade sustentáveis, aumentar a sua qualidade ambiental, de saúde pública e reduzir a sinistralidade», frisa. Uma rede ciclável, em que a principal infraestrutura é segregada - com ciclovias -, segura, coesa, no caminho mais direto e mais rápido, é segundo Mário Meireles «condição necessária para aumentar o número de pessoas a utilizar a bicicleta nas cidades como Braga». «Sem a transformação da atual infraestrutura viária de coexistência numa infraestrutura segregada nos principais eixos, por forma a garantir a segurança, a conetividade e a rapidez na utilização da bicicleta, todas as restantes formas de promoções são em vão». destaca. No inquérito desenvolvido aos bracarenses que não utilizam a bicicleta, cujas respostas tiveram uma amostra muito satisfatória, com uma margem de erro de apenas 3,1% e um intervalo de confiança de 95%, foi possível perceber que os bracarenses desejam mais ciclovias e menos velocidades e espaço para os carros. «A infraestrutura de coexistência hoje existente deixa 57% dos bracarenses com medo de começar a utilizar a bicicleta. Já 68,1% dos bracarenses indicaram que a existência de ciclovias seguras entre casa e o trabalho os levaria a passar a utilizar a bicicleta como modo de transporte e 28,9% indicaram ser necessário garantir que a velocidade dos carros é reduzida. Ainda 13,5% dos Bracarenses indicaram ser necessário tornar difícil, mas possível a circulação de carro na cidade. Apenas 0,7% dos Bracarenses disse que não andariam de bicicleta por ter um estatuto social a manter», dá nota Mário Meireles. Sabe-se que em todas as cidades existem sempre algumas pessoas que não utilizarão a bicicleta na cidade. Em Braga são apenas 13,5% as que nunca utilizariam, sendo que 25,8% não sabem se utilizariam ou não a bicicleta. Há, por isso, segundo o autor da tese, «uma grande predisposição para a utilização da bicicleta, sendo que a falta de uma rede ciclável segura é apontada como a principal barreira para que mais pessoas usem a bicicleta». «Fica evidente a necessidade, e a abertura da população, para se transformar as nossas ruas e avenidas da cidade em ruas mais democrática, que ofereçam condições de segurança e convidem as pessoas a andar nos modos ativos e em transporte público, em detrimento do carro», aponta. Mário Meireles diz agora que «cabe ao Município de Braga não deixar escapar esta oportunidade de colocar a cidade no mapa da mobilidade sustentável e da mobilidade ativa, apostando em força nos projetos de mobilidade ciclável para servirem de exemplo para o país e para outras cidades que se encontrem ao mesmo nível de Braga no que à bicicleta diz respeito».  
Autor: Nuno Cerqueira