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“Ritmo normal” em unidade de saúde, mas faltam auxiliares

“Ritmo normal” em unidade de saúde, mas faltam auxiliares
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Publicado em 15 de junho de 2018, às 10:22

A Unidade de Saúde Familiar (USF) do Carandá, no dia em que os trabalhadores não clínicos cumprem um dia de greve, regista um "ritmo normal".

Pouco depois das 09h00, há poucos utentes naquela unidade, no centro de Braga, "o ritmo normal por estes dias do ano", como disse à Lusa um dos funcionários, admitindo não saber que hoje era dia de greve, apesar da folha colorida com o aviso afixada na porta.

"Há greve? Não sabia. Mas os médicos estão todos cá", disse.

A jornada de luta marcada para este 15 de junho abrange os trabalhadores, exceto médicos e enfermeiros, que trabalham nos serviços tutelados pelo Ministério da Saúde, que "sentem forte indignação pela degradação crescente das suas condições de trabalho" e exigem a aplicação da jornada semanal de 35 horas.

"Estamos a funcionar, mas sem auxiliares. Os constrangimentos que houver no serviço será por isso, fora essa questão, funcionamos normalmente, com todos os funcionários", disse à Lusa fonte da USF do Carandá.

Os utentes que aqui estão, poucos, também não sabem da greve: "Outra greve? Quer ver que não vou ter consulta?", declarou à Lusa um desses utentes, Jorge Palha, 71 anos.

"Isto já cansa. Um dia são os médicos, outro os enfermeiros, depois os senhores dos raios-x e o povo anda para aqui e acolá por servir. Não é para isto que pago os meus impostos", reclamou.

Maria Castro, 23 anos, veio à USF com o filho de 3 meses para "a consulta" e, disse, teve sorte: "Correu tudo normal, tive a consulta com a médica e a enfermeira, nada a dizer. Correu-me bem, foi sorte", apontou.

Os trabalhadores dos hospitais, centros de saúde, INEM e outros organismos e serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde iniciaram às 23h00 de quinta-feira uma greve de 24 horas para exigir melhores "condições de trabalho e de vida".

Convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas, a greve, que abrange todos os trabalhadores da saúde, exceto médicos e enfermeiros, visa "exigir do Governo a satisfação de um conjunto vasto de reivindicações para a melhoria das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores da Saúde e a defesa do Serviço Nacional de Saúde", refere o sindicato em comunicado.

Entre as reivindicações estão "a admissão dos trabalhadores necessários ao SNS", a integração nos mapas de Pessoal de todos os trabalhadores com contrato de trabalho precário, a reversão para o setor público administrativo dos Hospitais EPE (Entidade Pública Empresarial) e das Parcerias Público-Privadas (PPP) e a negociação da carreira de Técnico Auxiliar de Saúde.


Autor: Lusa