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Restaurantes "a postos" para servir cabrito nesta Páscoa

Restaurantes "a postos" para servir cabrito nesta Páscoa
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Publicado em 11 de abril de 2020, às 17:10

Estabelecimentos preparam-se para realizar serviço take-away.

Mesmo em casa e com uma Páscoa fora do normal, as famílias não estão a abdicar dos pratos tradicionais.Em Braga são muitos os restaurantes que preparam uma ementa dedicada a esta altura para venda take-away.Nos talhos a procura do cabrito excede à do ano passado. O restaurante Rola Este, em Braga, que está fechado desde o dia 16 de março, irá abrir agora em regime de take-away e apenas por encomenda.A sócia gerente Márcia Silva, em declarações ao Diário do Minho, explicou que vão servir cabrito, vitela e bacalhau. «Vamos apenas trabalhar com reservas. Temos o nosso restaurante a oito quilómetros do centro da cidade, é muito difícil estarmos a preparar comida para quem vai passar ou para quem disser apena na hora», afirmou a responsável.Márcia Silva conta que quando esta situação começou, passaram de 160 almoços para 16 durante um dia. «Estávamos a trabalhar muito bem, tínhamos tudo programado. Quase todos os fins de semana até outubro já cheios. Aliás, nós compramos material novo, copos, talhares e pratos a contar com esse cenário», acrescentou. Já o restaurante Cozinha da Sé conta que está a trabalhar com take-away desde que surgiu a pandemia e assim vão continuar.O dono do estabelecimento, Ricardo Pereira, indicou que o cabrito está a fazer por encomenda. «Todos os partos que estão na nossa ementa nós temos e as pessoas só têm de ligar e dizer para que horas quer pronto», adiantou.O responsável afirmou que sentem uma grande quebra e que «não há comparação» de um serviço à carta para serviço take-away. «A nossa vocação não é take-away, mas vamos fazendo sempre algum para ajudar nas despesas. Nem a um terço chega mas vamos ocupando o tempo», exprimiu. Contactado pelo Diário do Minho, o restaurante "Pó D'Arroz" mencionou que que está também a optar por fazer serviço take-away e que o "rei da ementa" continua a ser o cabrito.O dono do restaurante, Manuel Montes, confessa que estava à espera dos emigrantes na altura da Páscoa mas a pandemia mudou completamente o cenário. «Estamos inseguros das quantidades que vamos fazer. Vamos fazer 25% da comida que fazíamos e mesmo assim esperamos que saia», contou.O proprietário confessa que ainda não se conseguiu adaptar à situação porque explica que a casa tem sempre «muitos trabalhadores, clientes e amigos». «O que eu sirvo agora, servia antes em cinco minutos. Uma casa com a nossa tinha mais de uma centena de clientes diariamente. Temos um grande stock ainda para dar escoamento ao produto para não se estragar. Mantivemos o pessoal, andam numa limpezas mais aprofundadas para se entreterem», revelou. «Há males que vêm por bem» O proprietário do talho Terras de Nobrega, Paulo Barbosa, afirmou que «não tem mãos a medir com tanto trabalho. «Nós estamos a trabalhar muito bem. Este ano temos mais encomendas de cabritos do que no ano passado. As pessoas não querem ir à grandes superfícies e procuram-nos mais agora», explicou.Mesmo assim, o responsável manifestou que tem sido difícil gerir esta nova fase, dado que não entram mais de duas pessoas na loja e é preciso um cuidado redobrado na desinfeção das mãos, cada vez que o cliente entra. «Nós crescemos em tudo, não queríamos que fosse desta maneira mas há males em vêm por bem. Crescemos em todos os aspetos», concluiu o responsável.
Autor: Ana Marques Pinheiro