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Projeto com jogos de tabuleiro ajuda na integração de refugiados em Braga

Projeto com jogos de tabuleiro ajuda na integração de refugiados em Braga
Fotografia

Publicado em 07 de novembro de 2017, às 14:06

Trata-se do "Integration Game", desenvolvido por Pedro Fernandes, em colaboração com a Cidade Curiosa e outras instituições.

Um projeto baseado em jogos de tabuleiros está a ajudar na integração de refugiados em Braga. Trata-se do "Integration Game", desenvolvido por Pedro Fernandes, em colaboração com a Cidade Curiosa e outras instituições. Em entrevista ao Diário do Minho, Pedro Fernandes explicou como surgiu este projeto de voluntariado e também como os jogos de tabuleiro estão ajudar não só as famílias de refugiados como pessoas com percursos de vida difíceis pertencentes a instituições bracarenses. Como explicou Pedro Fernandes, o Integration Game é um projeto patrocinado pela ESAA – Erasmus Student Alumni Association, no âmbito de uma iniciativa de integração de refugiados na Europa. «O projeto assenta no lema de que só se consegue a construção de um mundo melhor se apostarmos na melhoria dos indivíduos. Consiste em utilizar as vertentes pedagógica, histórica, temática e social dos jogos de tabuleiro com o objetivo de permitir aos migrantes provenientes de zonas em conflito integrarem-se mais facilmente na realidade portuguesa», referiu. Para o efeito, constituiu-se uma parceria com a Associação Cidade Curiosa, vencedora do Orçamento Participativo Portugal (OPP), com o projeto de criação de uma rede regional de ludotecas. Segundo o Pedro Fernandes, o Integration Game divide-se em dois momentos principais: no primeiro, é dada formação na prática de vários jogos, para que os refugiados possam não apenas familiarizar-se com estes, mas também para que possam, a partir desse momento, jogá-los de maneira independente e sem ajudas. Num segundo momento, o projeto sai à rua e vai visitar algumas organizações de cariz social, com o objetivo de colocar em contacto os migrantes com camadas desfavorecidas da sociedade, através da prática de jogos de tabuleiro, ajudando não apenas à integração desses mesmos migrantes, «mas também àqueles a quem a vida negou muitas oportunidades». É neste âmbito que surgiu a cooperação com o Instituto Monsenhor Airosa (IMA), bem como outras instituições de solidariedade social. A primeira ação aconteceu no dia 21 de outubro, em Palmeira, numa atividade organizada pela Habitat For Humanity e pelo CLIB e pela Associação Pais em Rede. Segundo Pedro Fernandes, na atividade, que «correu muito bem» participaram algumas famílias de refugiados sírios, que deram assim início à sua aprendizagem de jogos de tabuleiro. Participaram ainda duas jovens provenientes do IMA, que se mostraram «encantadas» por fazerem parte do projeto. Pretende-se integra-los e depois integrar ouras através deles. Refugiados ensinamos de cá a relativizar dificuldades «Quando vamos ao IMA, ao Centro Social de S. Lázaro, ou outras instiruições, trabalhar com jovens ou idosos, pretendemos quebrar preconceitos que existem. E são muitos. E depois, mostrar que há outras realidades. Muitas vezes vivemos tão fechados em nós mesmos que não conseguimos dar conta que há realidades muito piores do que a nossa. É preciso relativizar as coisas. Ou seja, este projeto tem ainda efeito pedagógico e social», explicou Pedro Fernandes.
Autor: Francisco de Assis