Os muitos apelos do «nobre povo» que se juntou e enfrentou a chuva foram insuficientes para salvar o Entrudo Chocalheiro. O julgamento foi ontem e levou diversão ao Campo da Vinha, em Braga.
Depois de alguma espera devido ao atraso da juíza que veio de outra comarca, o arauto leu os termos do julgamento.
Num texto à moda antiga, em rima, foi possível contextualizar todos os produtos à venda na Feira Gorda, que terminou ontem e que decorreu também no Campo da Vinha.
Seguiram-se os argumentos da defesa e da acusação. E depois de os ouvir, bem como os apelos do «nobre povo», a juiza condenou o réu, à pena de morte e a ser queimado publicamente.
A encenação foi da responsabilidade da Academia Sénior Dr. Egas Moniz e mereceu aplausos dos presentes.
Chuva afetou a Feira mas é para continuar
Em relação à Feira Gorda, que já vai na quarta edição, foi notoriamente afetada pela chuva, como confirmaram não só os comerciantes como a organização. Ainda assim, todos concordam que é para manter.
«Nós trabalhamos na rua, em tempo de chuva, já sabemos que estamos sujeitos aos caprichos da chuva. Ainda assim acho que cumprimos a nossa missão, fizemos a nossa função que é tentar promover os produtos e produtores locais, fazer com que eles façam algum dinheiro. E demos prova de vida e estamos a fazer o nosso caminho até que mais gente nos venha visitar no Campo da Vinha», disse José Torres, presidente da Associação dos Artesãos do Minho, entidade que, juntamente com a Câmara de Braga, coorganiza o evento.
Por seu turno, Altino Bessa, vereador do Ambiente da autarquia de Braga entende que, apesar de serem poucos feirantes e de o tempo não ser a melhor, a Feira Gorda é para continuar.
«É preciso continuar a desafiar o tempo e as circunstâncias e valorizar a tradição do entrudo, que é uma expressão mais nossa. De resto, o fator económico tem que ser levado em conta. E temos que valorizar este nicho de mercado», disse.
Autor: Francisco de Assis