Isabel Veiga, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho, vai ser distinguida hoje, no Pavilhão do Conhecimento em Lisboa, com uma Medalha de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência. A cientista vai receber 15 mil euros para estudar mecanismos de resistência aos fármacos que o parasita da malária adquire e que causa quase meio milhão de mortes por ano.
A nota de imprensa enviada ao Diário do Minho recorda que o prémio é atribuído pela L’Oréal Portugal, Comissão Nacional da UNESCO e Fundação para a Ciência e a Tecnologia, incentivando investigadoras em Portugal, já doutoradas e com idade até 35 anos, a prosseguirem estudos originais e relevantes para a saúde e o ambiente.
No comunicado, a UMinho refere que o estudo de Isabel Veiga é crucial para antecipar a eficácia da terapia e para aumentar o seu efeito e longevidade. «Se o fármaco começa a falhar globalmente, não há outro pronto para o substituir», alerta.
Modificar o parasita em laboratório
A cientista explica que vai usar tecnologias de edição do genoma do parasita para avaliar como essas mutações (e respetivas interações) promovem as resistências. E adianta que quer ir ainda mais longe, ou seja, criar em laboratório versões geneticamente modificadas do parasita, para ver o impacto das alterações genéticas de terapêuticas em desenvolvimento e abrir pistas para novos fármacos.
«Além do potencial no diagnóstico, os resultados podem ajudar a desenvolver ferramentas moleculares para apoiar os médicos a determinarem uma terapia personalizada», explicou Isabel Veiga.
Vencedores e equipa
De referir que a equipa de Isabel Veiga inclui Pedro Ferreira, Carla Calçada, Miguel Silva, Francisco Araújo, Ana Pinheiro, Isaac Sanchez e Lúcia Moreira, todos ligados ao ICVS e à Escola de Medicina da UMinho.
Isabel Veiga nasceu em Guimarães, é doutorada e pós-doutorada em Ciências Médicas pelo Instituto Karolinska, na Suécia; e pós-doutorada pelas universidades do Minho e Columbia. Já teve projetos apoiados pela Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infeciosas, pelo Instituto Merieux, pela Rede Sueca de Malária, pelo Fundo Nacional de Inovação e Desenvolvimento e Tecnológico da República Dominicana e FCT.
O júri presidido por Alexandre Quintanilha avaliou 80 candidatas e elegeu quatro. Além de Isabel Veiga, são laureadas Maria Inês Almeida, da Universidade do Porto; Ana Rita Marques, do Instituto Gulbenkian; e Patrícia Baptista, do Instituto Superior Técnico.
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