No "ranking" nacional das 23 sub-regiões do território continental e das duas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, só as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto e a região de Coimbra ultrapassaram o volume de investimento que foi feito em Investigação e Desenvolvimento (I&D)pelas instituições de ensino superior que servem os concelhos de Braga, Amares, Barcelos, Esposende, Terras de Bouro e de Vila Verde.
O grupo liderado pela Universidade do Minho é responsável por 64,2 por cento de toda a I&D feitos no Cávado, revela um relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativo aos anos de 2014 e 2015. As empresas foram responsáveis por 27,7 por cento de todo o investimento no setor, enquanto que o Estado assumiu uma quota de 8,2 por cento.
Contas feitas, a sub-região do Cávado afetou à I&D 1,64 por cento de toda a riqueza produzida na região, esforço que corresponde ao quarto lugar nacional.
Empresas registam baixo contributo
Em 2015, e pelos números provisórios do INE, a comunidade de municípios do Cávado produziu uma riqueza total de 5,7 mil milhões de euros. Afetou à Investigação e Desenvolvimento mais de 93 milhões, sendo que quase 60 milhões foram assumidos essencialmente pela UMinho e pelo Instituto Politécnico do Cávado e do Ave. Já o valor do investimento em I&D assumido pelas empresas do Cávado está abaixo da média nas sub-regiões do país.
No "ranking" nacional, o tecido empresarial do Cávado está na 18.ª posição. Fica pela metade do investimento assumido pelas empresas das oito sub-regiões do Norte e apenas à frente das empresas do Douro, Terras de Trás-os-Montes, da região de Coimbra, do Alentejo Central, do Algarve, dos Açores e da Madeira.
Engenharia e tecnologia ganham terreno
As Ciências Humanas e Sociais são áreas que mais absorvem o dinheiro afeto à Investigação e Desenvolvimento na sub-região do Cávado, mas o ramo das Ciências de Engenharia e Tecnologia ocupam já a segunda posição. Em 2014, receberam quase 15 milhões de euros dos mais de 89 milhões que a comunidade dos municípios de Braga, Amares, Barcelos, Esposende, Terras de Bouro e Vila Verde afetaram à I&D.
Para a investigação em Ciências Sociais e Humanas foram 22,9 milhões de euros, enquanto as Ciências Exatas receberam pouco mais de 12 milhões.
O "cluster" das Ciências da Saúde chamou a si mais de 10 milhões de euros em Investigação e Desenvolvimento, "fatia" que não será alheia à criação do Centro Clínico Académico, no âmbito de uma parceria entre as Escolas de Ciências da Saúde da UMinho e do Hospital de Braga.
Os dados do INE dão conta que o Cávado tem 154 unidades de investigação. Integram cerca de 2400 profissionais, sendo que mais de 50 por cento estão ligados às instituições de ensino superior.
O rácio de doutorados ligados à investigação científica e tecnológica é de 1,93 por cada mil habitantes, relação que corresponde ao segundo lugar no "ranking" nacional. A região de Aveiro lidera com um rácio de 1,97 investigadores doutorados por mil habitantes, enquanto que a região de Coimbra tem o mesmo rácio do Cávado.
Já a percentagem de diplomados afetos à Investigação e Desenvolvimento é de 41 por cada mil habitantes, rácio que duplica o valor médio nacional e que é o mais elevado do Norte.
Autor: Joaquim Martins Fernandes