A Universidade do Minho (UMinho) explica que, segundo aquele catedrático da Escola de Engenharia, devem ser levados em conta "múltiplos fatores" adaptados a "cada astronauta" que usará cada um dos fatos."Isso permite evitar lesões musculoesqueléticas, alterações biomecânicas e dificuldades de desempenho que os atuais fatos provocam aos astronautas, sendo sobretudo decisivo em missões fora da nave e de longa duração, como nas previstas missões tripuladas a Marte e à Lua" explica a UMinho. Segundo refere a universidade, a missão humana a Marte pode demorar mais de 15 meses e "acarreta muitos desafios, como manter o estado de saúde dos astronautas e, em simultâneo, o seu elevado desempenho", pelo que Pedro Arezes defende que "as características das tarefas a desenvolver requerem fatos espaciais mais avançados". Para o também diretor nacional do Programa MIT Portugal - uma parceria entre o Governo português e a prestigiada universidade norte-americana -, "este é mais um estudo em que a ciência portuguesa dá um contributo para a área do Espaço, reforçando e dando corpo à estratégia nacional que tem vindo a ser assumida, como é bem visível na recente criação da Agência Portuguesa para o Espaço". Além do desafio no design do fato, é necessário que a "construção desses sistemas entenda a relação complexa entre o fato espacial e a interação humana" pelo que se "torna necessário desenvolver ferramentas computacionais que permitam avaliar os fatos espaciais" antes mesmo destes serem testados pelos astronautas, lê-se no comunicado.
"É exatamente aqui que os modelos computacionais poderão simular o desempenho dos astronautas, constituindo-se uma ferramenta fulcral na conceção dos fatos", sublinha Pedro Arezes no texto.O desenho e conceção destes deve considerar a interação entre vários fatores, "como a massa e volume dos fatos, o esforço exigido para caminhar, a mobilidade e agilidade necessárias e a adequação do fato à anatomia específica do astronauta", enumera a academia minhota. "Sem essa otimização pode surgir um conjunto de lesões, como eritemas, escoriações, fadiga muscular, parestesias, contusões e edemas, diz o também coordenador do Grupo de Ergonomia e Fatores Humanos da UMinho. O estudo de Pedro Arezes foi feito em coautoria com cientistas do MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusetts e da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos, e acaba de ser publicado na revista científica "Aerospace Medicine and Human Performance".
Autor: Redação