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INL inaugurou crio-microscópio eletrónico de última geração e único em Portugal

INL inaugurou crio-microscópio eletrónico de última geração e único em Portugal
Fotografia

Publicado em 03 de fevereiro de 2023, às 12:12

O equipamento representa um investimento de 2,4 milhões de euros.

O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) inaugurou ontem um crio-microscópio eletrónico de última geração que é único em Portugal. Com este equipamento, que representa um investimento de 2,4 milhões de euros, comparticipados em 85 por cento pelo Norte 2020, a comunidade científica em Portugal, já constituída na Rede CryoEM-PT, não necessita de recorrer a equipamentos do género noutros países. Segundo o diretor-geral interino do INL, este microscópio «era algo que faltava em Portugal». Em Espanha, disse, foram colocados três nos últimos anos, mas sem que a comunidade científica portuguesa pudesse ter acesso. Este agora inaugurado «permite a pessoas que trabalham com, o que costumamos chamar, materiais moles, em particular tudo o que é material biológico, de fazerem microscopia com amostras quase no estado real», explicou Paulo Freitas. «Portanto, as amostras são arrefecidas com azoto líquido de uma maneira rápida, por forma a que não percam as propriedades, e depois são preparadas e trazidas para dentro do aparelho. Têm que ser suficientemente finas para que o feixe de eletrões possa passar através da amostra. Aí, temos a possibilidade de fazer microscopia eletrónica com uma resolução quase ao nível da dimensão atómica», acrescentou. Segundo frisou Paulo Freitas, isto é importante para toda a família de investigadores que trabalha a biologia estrutural em Portugal e até de outros países. Por isso, é de esperar que a Braga, a partir de agora, cheguem amostras de todo o país e até do resto do mundo. Segundo Paulo Ferreira, responsável pela parte de microscopia eletrónica do INL, o tratamento das amostras que forem aqui entregues pode demorar de dois a três meses. Para trabalhar com este equipamento, salientou, é necessário um treino muito específico. Geralmente, disse, são pessoas que fazem doutoramento nesta área e já têm muitos anos de serviço. «É uma máquina muito sensível, daí estar no piso menos dois deste edifício», disse. O seu funcionamento vai permitir o estudo em terapias e de doenças como o Alzheimer, Parkinson ou o cancro. Falando aos jornalistas à margem da cerimónia de inauguração, a vereadora da Câmara de Braga, Olga Pereira sublinhou a importância deste microscópio ficar sediado na cidade. «É um equipamento que vai representar um avanço significativo na ciência, sobretudo neste “cluster” da saúde que é desenvolvido aqui no Instituto de Nanotecnologia e, portanto, obviamente que Braga fica contente por poder acompanhar este desenvolvimento científico, por poder ser em Braga que tem o seu ponto de partida, por ser em Braga que é estruturada esta rede de trabalho e de investigação, por ser em Braga que é feito o futuro», salientou.
Autor: José Carlos Ferreira