A greve dos professores não teve impacto visível nos exames nacionais do décimo primeiro ano que se realizaram esta quarta-feira em várias escolas secundárias de Braga.
Em todos os Agrupamentos de Escolas contactados pelo Diário do Minho, os serviços mínimos garantiram a realização dos exames nacionais dentro da normalidade e mesmo as escolas básicas dos agrupamentos não sentiram os efeitos da greve no que respeita à realização das provas de aferição do segundo ano de escolaridade do Ensino Básico, ou ao nível dos exames de equivalência à frequência e das reuniões de conselhos de turma para efeitos de avaliação.
Os professores cumpriram ontem um dia de greve reivindicando a abertura dos concursos de vinculação extraordinária para docentes contratados, um regime especial de aposentação, o descongelamento de carreiras e uma redefinição dos horários de trabalho.
A greve foi decretada para o dia de exames nacionais, nomeadamente das provas de aferição de Matemática e Estudo do Meio do 2.º ano de escolaridade do ensino básico e exames nacionais do 11.º ano às disciplinas de Física e Química A, Geografia A e História da Cultura e das Artes.
Entretanto, e tendo em conta que foram decretados os serviços mínimos por parte do Governo, as referidas provas não foram afetadas. Os efeitos da greve ter-se-ão sentido mais ao nível do primeiro ciclo, onde não se realizaram reuniões dos Conselhos de Turma para efeitos de avaliação, e jardins de infância.
No Agrupamento de Escolas Carlos Amarante, os exames decorreram «com normalidade».
«Os alunos entraram para as salas de aula normalmente, os professores compareceram, está tudo a decorrer com normalidade», dizia ontem a diretora do Agrupamento, Hortense Santos.
Também no Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio os exames decorreram normalmente, de acordo com o diretor João Manuel Andrade.
«Todos os elementos necessários à realização dos exames foram assegurados», explicou, excluindo, contudo, que durante a tarde, pudessem sentir-se eventuais efeitos ao nível dos Conselhos de Turma para efeitos de avaliação.
Segundo João Manuel Andrade, ao todo, mais de quatro centenas de alunos do agrupamento realizaram ontem exame, sem contar com os de primeiro ciclo, que efetuaram provas de aferição de Matemática e Estudo do Meio.
Também a diretora do Agrupamento de Escolas Sá de Miranda, Margarida Antonieta Silva, reportou ontem uma situação de perfeita normalidade no que respeita à realização dos exames.
Segundo a responsável foram identificados cinco docentes em greve, sendo que a falta não foi visível quanto aos exames nas secundárias, podendo apenas ser sentida nas outras escolas do agrupamento, onde ainda decorrem aulas, ou conselhos de turma.
Foi o que se verificou na Escola de Palmeira, onde foi necessário proceder ao adiamento de uma reunião do conselho, em virtude da ausência de um docente.
«No primeiro ciclo e pré-escolar estão identificados três professores que estão a faltar às atividades letivas», revelou Margarida Antonieta Silva, acrescentando, contudo, que as ausências em nada comprometeram a realização das provas de aferição do segundo ano.
Jorge Amado, diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches revelou que não só os exames e provas de aferição «decorreram normalmente», mas também os conselhos de turma e reuniões de avaliação se realizaram.
«Trata-se de uma greve justa, mas que acabou por ser desmobilizada naturalmente muito devido aos serviços mínimos», avançou Jorge Amado.
Paralisação convocada por estruturas sindicais
A paralisação foi convocada pelas principais estruturas sindicais de docentes, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afeta à CGTP-In, e a Federação Nacional da Educação, afeta à UGT.
Os sindicatos decidiram avançar com a greve, após sucessivas reuniões inconclusivas com o Ministério da Educação, inclusive na véspera da paralisação.
Autor: Carla Esteves (com Lusa)