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Festival da Palavra põe escritores a falar da criação literária e da vida

Festival da Palavra põe escritores a falar da criação literária e da vida
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Publicado em 11 de setembro de 2021, às 21:19

O Festival Têpluquê prossegue amanhã com sessões de música, performances de artes circenses e concertos

Os escritores Ondjaki e Sandro William Junqueira sentaram-se hoje, de manhã, à mesma mesa no âmbito da realização da terceira edição do Têpluquê – Festival da Palavra de Braga. O encontro, numa conversa moderada por Pedro Seromenho, e que decorreu no Mosteiro de Tibães – onde o programa de hoje continua – levou a uma conversa sobre a criação literária, o percurso de vida e de leitores de cada um, a vida e as suas circunstâncias. Prendendo facilmente a atenção dos presentes, os escritores falaram, igualmente, sobre como às vezes a vida real é muito mais criativa e inverosímil do que a literatura e o esforço criativo dos autores para que se torne aceitável pelo leitor. Ondjaki revelou que a sua escrita provém daquilo que «grita em nós», que a sua vida sempre esteve repleta de história e de histórias, sendo daí que surgem os seus livros. O seu último romance, “O livro do deslembramento” localiza-se em Luanda no período em que, após os acordos de Bicesse, se vive uma paz. A propósito de Angola, Ondjaki afirmou que «o que se passa em Angola não se pode explicar de modo simples». «Nenhum comentador de televisão pode comentar a realidade dos países numa intervenção de cinco minutos num jornal televisivo», defendeu. Já o escritor Sandro William Junqueira disse que agora «estava escritor», pois o seu percurso feito de avanços e recuos se fez passando por diferentes artes como a pintura, a escultura, a música, o teatro. Sublinhando que descobriu a leitura num período de quarentena provocado pela varicela, revelou que, em criança, enquanto lia, não sentia a comichão. Percebeu então que a leitura o levava para outro mundo. O seu último romance “A sangrada família” reporta-se à serra de Monchique e à vivência das pessoas a ela ligada, nomeadamente ao cultivo do medronho. Ambos os escritores se dedicam também à escrita infantojuvenil. Quem, ontem de manhã, se deslocou ao Mosteiro de Tibães convidado pelo Têpluquê, pode iniciar o caminho do encontro com as palavras pela exposição decorrente da residência artística de Adélia Carvalho, Evelina Oliveira e Ondjaki – designada “Todos os caminhos vão dar a casa?”. Os mais pequenos puderam divertir-se com a oportunidade de assistirem à peça de teatro infantil “Uma aventura no parque”, em que uma animada aventura os despertou para a importância da floresta e de todos os seres vivos que nela habitam. [Notícia completa na edição impressa do Diário do Minho]
Autor: Redação