O NLX-112, nome técnico do medicamento em estudo e que será testado na Universidade do Minho, através do uso de modelos animais, "está já numa fase adiantada do processo".A Machado-Joseph é uma doença rara e neurodegenerativa que provoca descoordenação motora, não havendo cura, nem qualquer tratamento aprovado, sendo também caracterizada por alguma atrofia nos membros ou dificuldades na fala e a engolir. Os sintomas podem começar na adolescência, piorando ao longo do tempo e conduzindo a uma eventual paralisia total: "Os primeiros sintomas, em regra, ou na maior parte dos casos, começam por volta dos 37 anos. A esperança de vida depois do início dos sintomas é de pouco mais de 20 anos", referiu a investigadora.
"O NLX-112 é potencialmente ativo no sistema da serotonina e antecipamos que mostrará atividade promissora no modelo de ratinho", explica Patrícia Maciel, investigadora da Escola de Medicina da Universidade do Minho e do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS)."O objetivo do uso daquela nova molécula é melhorar os sintomas e atrasar o desenvolvimento da doença, não é a cura. Esta é uma doença hereditária e filhos de pais com Machado-Joseph têm 50% de desenvolverem também a doença. Já é possível fazer testes para verificar se existe ou não a mutação genética. O nosso modelo parte de que quanto mais cedo se começar a evitar os sintomas, melhor", disse. Esta fase do projeto envolve também uma empresa de biotecnologia norte-americana, Neurolix, que desenvolve terapias para doenças do sistema nervoso central.
Autor: Redação / NC