O Centro Cultural de Montemuro, com sede na rua Sá de Miranda, em frente à igreja de S. Lázaro, em Braga, inaugura amanhã à tarde as novas instalações.
É certo que o centro já está em funcionamento, porque os seus responsáveis quiseram por-se a caminho enquanto iam arrumando a casa. Mas só hoje é que o espaço amplamente renovado e ampliado vai ser oficialmente inaugurado à comunidade bracarense, sobretudo aos estudantes e de modo particular aos universitários.
O Diário do Minho aproveitou a inauguração das novas instalações para conhecer e dar a conhecer este espaço de cultura, de desporto, de literatura, reflexão, música, religião, entre outras ofertas, em pleno coração da cidade de Braga, próximo de várias escolas secundárias.
O Centro Cultural de Montemuro foi fundado em 1987, por um grupo de 15 a 20 amigos que, depois de um passeio ao Gerês, decidiu criar a instituição a que deu o nome de Montemuro, juntando as palavras "monte" e "muro", depois de andar pelos montes da serra do Gerês, autênticos muros feitos pelo Arquiteto Divino.
Na conversa com o Diário do Minho, Filipe Salis Amaral, da direção do Centro; e Ricardo Ribeiro, do Centro Cultural e presidente da direção do Centro Universitário do Minho (CUM), esclarecem que o nome não tem nada que ver com a Serra de Montemuro, que abrange vários distritos do Centro e Norte de Portugal.
E admitem que o nome não é o mais apelativo, mas estão igualmente convencidos que, depois de conhecerem o espaço, o nome entra na cabeça e sobretudo nas vidas daqueles que o frequentarem.
Até porque, acrescentam, trata-se de um espaço de liberdade e de tolerância, agradável, onde as pessoas, para além do estudo e da formação, praticam desporto, aprendem música e ciência, aprendem a comportarem-se e a respeitarem-se mutuamente.
Diferença em relação a outros centros
Desafiados a estabelecer diferenças em relação a outros espaços de formação, de cultura e de desporto, Ricardo Oliveira e Filipe Salis Amaral responderam: «o que diferencia o nosso centro de outros é a pretensão de ter uma formação integral do homem. Esta é a ideia fundamental. Ou seja, apesar de os jovens poderem aprender bem o karaté aqui, admitimos que possam aprender melhor noutro sítio. Mas o resto das dimensões ficam em falta em outros locais. Assim, mais do que preocupar-se em ser o melhor karateca, queremos que a pessoa seja um homem melhor. Se conseguir aproveitar esse facto para ser um bom filho, um bom amigo, um bom chefe de família, então a nossa satisfação é completa. Porque ambicionamos uma formação para um homem total, nas suas dimensões humana, académica e espiritual. O homem total», explicaram.
É por isso que quem entrar no centro vê um ginásio, para se praticar desporto; salas onde se ministra formação diversificada; uma biblioteca geral e outra técnica, salas de estudo, uma sala de estar, onde se aprende a ouvir, a conviver e a relacionar-se com os outros; uma capela para a eucaristia e/ou atendimento espiritual, eletrónica e aeromodelismo. «Quando o homem se fecha em si próprio, afeta a sua capacidade de estabelecer relacionamentos verdadeiros, de fazer amigos e de amar», lê-se no site.
Espaço católico «para todos»
Nas mesmas instalações convivem também o "irmão" do Centro Cultural de Montemuro, o CUM; e o "filho", o Clube Ónix.
De referir que o centro é uma instituição ligada à Opus Dei. No site faz questão de referir que a «formação católica no Centro Universitário do Minho está confiada à Prelatura do Opus Dei, uma instituição da Igreja Católica fundada por S. Josemaria Escrivá para difundir a chamada universal à santidade através do trabalho e da vida quotidiana».
No entanto, os responsáveis do Centro fazem questão de esclarecer que as atividades espirituais, assim como todas as atividades são completamente livres. Aliás, trata-se de um espaço católico no sentido amplo do termo, isto é, para todos. A este propósito, Ricardo Oliveira e Filipe Amaral recordaram o acolhimento de um chinês e de outras pessoas não-católicas ou até de outras religiões.
«As atividades espirituais são livres. Todas as pessoas são muito bem-vindas, ao centro. De qualquer religião, nacionalidade ou estatuto social», reforçaram. S. Josemaria deixou um apelo aos homens: «Que a tua vida não seja uma vida estéril. Deixa rasto...». No fundo, é esta a filosofia do centro. Isto é, incentivar as pessoas a deixar alguma marca na sociedade.
O CUM olha para alunos do 12.º ano como pré-universitários. Por isso, disponibiliza formação para eles. Depois seguem-se os universitários que não terminam com o fim do curso; prolonga-se ao mestrado, doutoramento.
«E como profissionais também aceitamos, até para darem o seu contributo para a formação dos jovens. «É também por isso que dizemos que temos gente dos cinco aos 95 anos. Mas se tiver 100 também é bem-vindo», brincou Ricardo Oliveira.
Tertúlias, palestras livros e concertos
Como já foi dito, uma das grandes mais-valias do centro é a sua diversidade formativa e variedade de atividades que realiza ou acolhe: assim, acolhe formações, tertúlias todas as sextas-feiras, a partir das 21h15, lançamento de livros, palestras mensais e até concertos no seu auditório. Em relação aos jantares/tertúlias, trata-se sobretudo de conversas informais, mas úteis e formativas.
No site do Centro, onde está alojado o CUM, pode-se inteirar sobre os seus objetivos e públicoalvo. Num folheto informativo, o CUM relata as suas atividades para 2016/17.
Para além das atividades de maior nomeada, devidamente programadas, como aeromodelismo, formação musical: viola, treino funcional, biblioteca, inglês, karaté e atividades de formação católica, há outros eventos que vão sendo realizados dentro ou fora do Centro, conforme a sua natureza.
Por exemplo, ação social, com visitas a pessoas necessitadas; cursos diversos, métodos de estudo, aperfeiçoamento pessoal, como falar em público, congresso universitário, visitas culturais nacionais e internacionais, excursões e passeios, entre outras.
«Venham conhecer e experimentar as várias atividades do Centro Cultural de Montemuro de Braga»
Filipe Salis e Ricardo Oliveira enaltecem o trabalho que é realizado no Centro Cultural de Montemuro. Consideram que é uma mais-valia para Braga. No entanto, mais do que falar, desafiaram os bracarenses, sobretudo estudantes, a visitarem e a conhecer o espaço a partir de amanhã.
«Venham conhecer, experimentar e participar nas várias atividades do Centro Cultural de Montemuro. Sobretudo à tarde, há sempre gente pronta para explicar o que é o centro e como funciona», desafiou Ricardo Oliveira.
Até porque, recordam que, se é certo que a maioria das ações está destinada a rapazes, as famílias acabam por se envolver diretamente nas atividades. «Os pais juntam-se aos filhos. E, de facto, queremos que a formação seja em perfeita sintonia com os pais, em família», reforçou.
Os responsáveis do centro acreditam que a partir de hoje, o espaço vai ser visitado por mais gente e dizem-se preparados e com ambição. «Queremos ser uma referência cultural não só na cidade de Braga, mas em todo o Minho.
Clube Juvenil Ónix e as mil e uma ações, incluindo aeromodelismo e robótica
Uma das mais-valias do centro é o clube juvenil Ónix, onde a integração é valorizada. À semelhança do que acontece no CUM, além do futsal, pratica-se robótica-eletrónica, estudo assistido, karaté, aeromobilismo, formação musical, inglês, modelismo, maquetização e atividades, formação católica, entre outras.
Os responsáveis explicam que os associados pagam uma quota. No entanto, para que ninguém deixe de participar nas atividades por razões económicas, o clube concede bolsas, com base nos donativos de pessoas e empresas, além do IPDJ, uma vez que o centro é associado da Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ).
O espaço funciona todos os dias, sobretudo a partir das 14h00, desde que haja disponibilidade. Também abre aos sábados e domingos.
Autor: Francisco de Assis