O reitor da Univeridade do Minho (UMinho) anunciou ontem que espera receber até ao final do ano a primeira tranche do Plano de Recuperação e Resilência (PRR). Rui Vieira de Castro, que esteve presente no campus de Gualtar no âmbito do 46ª aniversário da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH) da UMinho, que decorreu no auditório B1, deu nota que a universidade vai enfrentar vários desafios em breve.
Um deles é a execuação do PRR que determinou o financiamento da UMinho depois de candidatura aos programas "Impulsos".
«É um financiamento que fica aquém do que queriamos, mas não nos deixa mal no conjunto das universidades portuguesas. Esperamos ainda este mês receber a primeira tranche, sendo mesmo uma das primeiras universidades a receber face à acelaração que conseguimos colocar neste processo muito fruto do trabalho do professor Guilherme Pereira que articulou todas unidades orgânicas da UMinho». frisou Rui Vieira de Castro
O reitor alertou no entanto para a execução do processo.
«A atividade e articulação entre as unidades orgâncias foi fundamental, mas temos que manter essa coesão. O que fizemos já foi muito, mas também não foi nada. Criamos condições para o financiamento que teremos que rapidamente executar. Cumprometemo-nos com uma oferta educativa muito significativa e o financiamento que vamos obter vai suportar os recursos humanos que vamos ter que contratar para esses cursos pós graduação, mas há esforço que vai ser nosso. Vai ser preciso atuar de uma forma coesa, para não cumprometer o financiamento obtido, mas também conseguirmos daqui a dois anos concorrer a complementos de financiamento que vai depender da qualidade daquilo que fazemos», destacou.
Rui Vieira de Castro disse que o projeto não se esgosta no desenvolvimento dos cerca de 100 cursos pós-graduação, no recrutamento, mas tem também expressão nas infraesturas edificadas, tecnológoca e pedagógicas da UMinho.
«Vai ser preciso definir prioridades, na melhoria das condições para quem quiser vir fazer formação pós graduada que queremos oferecer», apontou, dando desta forma resposta a um desejo da presidente da ELACH, Isabel Ermida, que elencou um conjunto de problemas naquela escola, passando pela estrutura, recursos humanos, processos de gestão interna e financeiros, classificando mesmo a escola como um «navio que navega em águas turbulentas com velhos problemas» e apontou três obstáculos: «centralização, complexificação e despersonalização».
«Há um modelo de gestão paternalista, quando devia haver uma autonomia e mais iniciativa nas escolas. Não somos crianças para pedir ao pai trocos para a mesada. Há uma complexidade enorma na universidade, como a "docUM" com a multiplicação de serviços onde cada patamar bloqueia o próximo. Existe uma máquina burocrática, uma cegueira, onde cada utente é tratado como um número sem rosto. Uma máquina cega, surda e muda», criticou a presidente da ELACH.
Autor: Nuno Cerqueira
Braga: Reitor da UMinho espera receber até ao final do ano primeira tranche do PRR
Publicado em 18 de dezembro de 2021, às 08:25