Os partidos com candidatos às autárquicas em Braga - exceto a CDU e Bloco de Esquerda - juntaram-se ontem num cafe do centro da cidade para dizer «talvez» ao voto eletrónico como medida para combater a abstenção.
A plataforma de cívica que pretende "uma nova democracia" veio reconhecer que ainda há muito por fazer com partidos políticos e sociedade civil no sentido de uma maior participação da população nas decisões eleitorais.
«Abster-se nunca foi uma solução para nada na vida», confirmou Paulo Sousa, porta voz da plataforma que nasceu em Braga e que encerrou, com sinal positivo, uma ronda de cinco meses, após criação do movimento, com «um sinal de maturidade dos partidos e da compreensão perante o flagelo que é a indiferença dos cidadãos na participação nos atos eleitorais».
Ora, os partidos concordaram com as conclusões da plataforma e reconhecem que há ainda um caminho longo a percorrer.
«As pessoas têm que saber que os partidos não são todos iguais e que podem e devem escolher», disse Rafael Pinto, do PAN. Já o social democrata João Granja acusou mesmo que «quem não vai votar está a votar em quem não quer».
Teresa Mota, do Livre, referiu que «só teremos uma democracia maior se mais pessoas forem votar», enquanto Olga Batista, da Iniciativa Liberal, destacou «todos temos o poder de decidir o que queremos no futuro e quem não for votar tem que aceitar que os outros escolham por si».
Já Adolfo Luxúria, independente que está ao lado do candidato do PS Hugo Pires, apelou à importância do voto «no tempo certo e na altura certa», considerando que «Braga vive essa urgência», pois «é tempo de mudar».
Já o Chega, através de Filipe Melo, considerou que o afastamento das pessoas das urnas se deve ao descrédito no sistema bipartido da política portuguesa, onde a corrupção está por todo lado, considerando o «o voto antecipado» uma boa ferramenta mas pouco divulgada.
«Compete à autarquias e tutela informar a população desse sistema», disse. Assim como Carlos Vaz, do Aliança, que apelou ao movimento de Paulo Sousa para «continuar o trabalho de cidadania» em torno do combate à abstenção.
Questionado pelo Diário do Minho quanto à solução do voto eletrónico, os partidos e representantes à esquerda ainda não sentem ainda confiança no sistema tecnológico, enquanto os partidos de centro e direita julgam que «o voto eletrónico é inevitável».
«É sem dúvida ao caminho a percorrer» consideraram os partidos IL, Chega e Aliança.
No final todos apelaram à participação em massa nas próximas autárquicas.
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Braga: Partidos candidatos às autárquicas juntaram-se para apelar ao voto
Publicado em 23 de setembro de 2021, às 13:15